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Politica Brasil
Domingo - 05 de Março de 2006 às 09:10

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Pelo menos oito dos 24 deputados estaduais terão dificuldades para se reeleger nas urnas de 1º de outubro. É o que aponta pesquisas internas feita por líderes políticos e por alguns parlamentares com o intuito de avaliar cenários e nortear ações e estratégias. Como os pepistas Eliene Lima e Chico Daltro projetam vôos mais altos, com candidaturas a deputado federal, a renovação na Assembléia pode chegar a 40%.

Entre os deputados com maiores dificuldades para conquistar novo mandato estão Nataniel de Jesus (PMDB), Pedro Satélite, Renê Barbour e João Malheiros (os três do PPS), Zeca D"Ávila (PFL), Vera Araújo (PT), José Carlos de Freitas (PP) e Sebastião Rezende (PPS).

Um dos obstáculos é a "invasão" de vários candidatos, inclusive de outras regiões, em bases até então não exploradas. Eles acirram a disputa, com a tentativa de "abocanhar" eleitores. Há regiões, como Oeste (Cáceres) e Sul (Grande Rondonópolis), que já contam de 10 a 18 pré-candidatos e ainda registram concorrentes "de fora", apesar de não existir, nas eleições gerais, delimitação de território dentro do Estado para a busca de votos.

Outro complicador para alguns deputados que estão de olho no segundo mandato, além da falta de estrutura financeira, de projeto e de "bandeira" de luta, é o desafio de se auto-superarem quanto à votação, principalmente dentro do PPS, PP e PFL, que têm candidaturas fortes.

A perspectiva é do coeficiente eleitoral (número de votos válidos dividido pelo número de vagas a serem preenchidas) ficar entre 60 mil e 65 mil. Mesmo assim, para se eleger deputado estadual pelo PPS do governador Blairo Maggi, por exemplo, o concorrente terá de conquistar nas urnas ao menos 25 mil votos. Nas eleições de 2002, o coeficiente foi de 53.218 votos.

Mesmo considerando a combinação dos coeficientes eleitorais e partidário e a chamada sobra, nenhum candidato deve se eleger com menos de 15 mil votos, como aconteceu em 2002 com o peemedebista Nataniel de Jesus. Ele garantiu, na sobra, a terceira vaga pelo PMDB com 12.831 votos. À época, Ana Carla Muniz (PPS), que atingiu a 19.151, e Juliano Jorge, com 17.977 votos pela coligação PL/PMN, ficaram como suplentes.

Na luta por êxito nas urnas, deputados como Carlos Brito (PDT) e Jota Barreto (PL) articulam coligações proporcionais para terem chance de reeleição.

Os deputados Malheiros, Vera e Nataniel tem a Baixada Cuiabana como principal base eleitoral. Na região, há uma verdadeira "inflação" de candidatos e nomes com tendência de obterem votação expressiva, como do ex-prefeito cuiabano Roberto França (PPS) e do vereador Walter Rabello (PMDB). Além disso, enfrentam concorrência com deputados de outras regiões, como Humberto Bosaipo (PFL), do Vale do Araguaia, que trabalha para conquistar pelo menos 10 mil votos na Grande Cuiabá.

Na região Sul, o deputado Sebastião Rezende pode ser engolido dentro do PPS pelo ex-prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz, que deve ter votação expressiva. Zeca D"Ávila, segundo alguns de seus colegas parlamentares, mesmo com boa estrutura financeira e com apoio de produtores rurais, enfrenta dificuldade para consolidação de base eleitoral. Pedro Satélite se vê isolado no nortão. Renê Barbour (PPS) admite para aliados mais próximos que a conquista do sexto mandato será o maior desafio de todas as eleições das quais já concorreu até hoje. Aos 80 anos, ainda demonstra ânimo para o trabalho de base, mas perdeu grande parte do seu eleitorado com a derrota de seu candidato à Prefeitura de Barra do Bugres, em 2004, quando sagrou-se vitorioso o petista Aniceto Miranda.

Joaquim Sucena aposta no apoio do governador para reencontrar o caminho da Assembléia. José Carlos de Freitas (PP) enfrenta desgaste político por conta do processo judicial em que responde pela tragédia da Feicovag, da qual era idealizador. Na busca do terceiro mandato, ele aposta todas as fichas no carisma e no poder de articulação do irmão-prefeito Augustinho Freitas (PPS), de Pedra Preta.

Status - Cada deputado recebe hoje R$ 9,5 mil mensais (R$ 114 mil/ano). Tem direito ainda a R$ 15 mil para despesas de gabinete e mais R$ 8 mil a título de verba indenizatória. Pode contratar, dentro de um limite de R$ 30 mil, até 26 funcionários, com remuneração entre R$ 450 a R$ 6 mil. O cargo é bastante disputado porque, para a maioria, representa status. Deputado estadual tem inúmeras atribuições, entre elas a de fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, apresentar e votar projetos e outras proposituras e até de declarar a perda do mandato do governador.

Apesar do desgaste da classe política, o número de candidatos a estadual deve aumentar em torno de 10%. Ao todo, os 25 partidos constituídos no Estado pretendem lançar 270, uma média de 11,2 por vaga. Trata-se de uma concorrência similar ao de vestibular nas universidades públicas.

Em 94, foram 136 candidatos. Nas eleições de 98, 212 concorreram à cadeira na Assembléia. Já em 2002, entraram no páreo 255. Agora, as legendas preparam pelo menos 270.





Fonte: Gazeta Digital

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