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Economia
Sábado - 04 de Março de 2006 às 06:21
Por: Marianna Peres

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A colheita evolui à medida que as chuvas cessam pelo Estado. De acordo com levantamento feito pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), pouco mais de 28% da área cultivada com soja -- 5,9 milhões de hectares (ha) -- está colhida. Volume que, segundo a superintendente do Instituto, Rosimeire Cristina dos Santos, “segue a média de anos anteriores para a cultura”.

Rosimeire frisa que apesar dos dados terem sido colhidos na semana passada, a atualização dos números que será feita na próxima semana não deve trazer muita diferença. “Tem chovido muito nos últimos dias pelo Estado. Teremos no máximo uma evolução para 32%”.

Mantendo a tendência, o município com os trabalhos mais adiantados é Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao Médio Norte de Cuiabá). Até o dia 22, mais de 65% da área de soja -- cerca de 220 mil/ha -- já haviam sido colhidos. Lucas é sempre o pole position da safra brasileira de soja, com cultivo a partir de setembro, com variedades super precoces. (Veja relação no quadro)

A economista do Imea, Anamaria Gaudêncio Martins, conta que a sojicultura mato-grossense nesta safra contabiliza problemas decorrentes da estiagem no mês de janeiro e as incidências da mosca branca e da ferrugem asiática, praga e doença que interferem na produtividade.

“Até o momento, o controle da ferrugem exigiu, em uma média estadual, cerca de três aplicações. Mas em Primavera do Leste a doença é sempre mais severa. Apesar de em algumas propriedades as aplicações chegarem a seis, sete, a média daquele município está em quatro aplicações”.

De acordo com dados do Imea, a ferrugem asiática vem a cada safra abocanhando a renda do produtor. “Desde a safra passada (04/05), a doença custa cerca de US$ 50 por hectare. Nas safras 00/01 e 01/02, a ferrugem não existia no Estado e nos ciclos 02/03 e 03/04, quando a incidência foi alta e o conhecimento sobre ela era pequeno, o produtor gastou em média cerca de US$ 10 e US$ 30, respectivamente”. Na atual safra, a ferrugem está consumindo 10 sacas/ha. “Ao Norte do Estado, mais da metade do rendimento por hectare, 35 sacas, está sendo utilizada para custear apenas dois itens da planilha de despesas, o fungicida e o frete. Vale lembrar que até o momento a média de produtividade para Mato Grosso é de 47 sacas/ha”.

Rosimeire destaca que lavouras localizadas em Primavera do Leste (239 quilômetros ao Centro Leste de Cuiabá), que até a safra 03/04 obtinham rendimento entre 50 a 55 sacas, neste ciclo não passam de 42 sacas, assim como Campo Novo do Parecis (397 quilômetros ao Noroeste de Cuiabá), com uma média histórica acima de 50 sacas e que no momento não colhe mais do que 40 a 45 sacas.

A SAFRA -– O Imea ratificou as projeções de queda nas principais culturas estaduais nesta safra. Assim como levantamentos já realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a queda na área plantada e na produção do arroz em Mato Grosso apresenta queda de 60,7% e 68,7%, respectivamente. Outra redução considerável e que deverá trazer prejuízos ao Brasil é a queda na produção do algodão. O Estado, assim como na soja, lidera o cultivo da fibra. Nesta safra, a área plantada caiu 29,3% e a produção deverá ser de 26%. (Ver quadro)





Fonte: Diário de Cuiabá

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