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Politica Brasil
Sexta - 03 de Março de 2006 às 08:37
Por: Isaac Bigio

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(Londres, BR Press) - Costa Rica e Venezuela foram duas das democracias mais contínuas de América Latina. Ambas se sustentaram num sistema bipartidário similar ao de vários países europeus, onde se alternavam social-democratas e socialcristãos no poder.

Este modelo já foi demolido na Venezuela ainda que na Costa Rica se esteja se mantendo. Hugo Chávez, primeiro com seus golpes e depois com seus repetidos triunfos eleitorais desde 1998, conseguiu minimizar aos "partidos tradicionais" e instaurar uma "nova república", que promove um forte nacionalismo panlatino-americano anti-EUA.

Na Costa Rica não há FFAA e o questionamento ao bipartidarismo foi feito por Ottón Costumei-s, um ex-ministro do governo social-democrata de Oscar Arias. Ele não é um militar golpista nem promove a violência, senão um civilista pacificante. Porém, conseguiu fazer uma coligação com sindicatos e grêmios hostis ao TLC, não se baseia neles nem quer uma revolução. Costumei-s diz estar à esquerda do neoliberalismo mas à direita de Chávez e Evo Morales.

Ainda não se sabe certamente quem ganhou as presidenciais costariquenhas. Há duas semanas, o Tribunal Eleitoral alternava resultados que davam vitória a Arianas e outra Costumei-s. Ao fim da apuração, declarou que o primeiro obteve 664,528 contra 646,157 do segundo, ainda que o resultado final poderia se alterar caso hajam impugnações.

Independentemente de quem ganhe, o grande perdedor foi a União Social Cristã, cujo candidato (Toledo) obteve menos do 3.5%, ficando tão ou mais impopular do que o atual presidente peruano que tem o mesmo sobrenome. Sua derrota poderia influir em Equador e Peru, onde os socialcristãos procuram revitalizar-se seguindo a pauta alemã, apostando em candidatas femininas.

Caso Costumei-s ganhe deveria conciliar com um parlamento em mãos dos "partidos tradicionais" e também não poderia seguir um radicalismo à venezuelana. Se Arias chegar ao poder o fará com debilidade e tratando de fazer passar o TLC, mas jamais fazendo concessões a setores que propõem proteger o setor agro e empresas públicas.

(*) Isaac Bigio é analista internacional e um dos colunistas latino-americanos mais publicados.





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