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Meio Ambiente
Quinta - 02 de Março de 2006 às 18:04

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Washington - Centenas de anos atrás, os humanos começaram a retirar e descartar a camada exterior do grão de arroz, preferindo a semente branca que ficava por baixo. Agora, pela primeira vez, cientistas no Japão mostraram que este produto, chamado de farelo de arroz, diminui, significativamente, a pressão sanguínea em ratos, cuja hipertensão é similar à dos humanos.

Uma classe de droga comumente receitada, chamada de inibidores ACE, dilata as artérias de pacientes com hipertensão, diminuindo assim o risco de um ataque cardíaco, derrames e doenças nos rins, mas também possui efeitos colaterais como tosse crônica, reações alérgicas, tonturas a até problemas nos rins.

E se algum componente de nossa dieta pudesse produzir o efeito benéfico semelhante, mas com menos ou nenhum efeito colateral? Pesquisadores da Universidade de Tohoku e o Instituto Nacional de Pesquisas (National Research Institute of Brewing) demonstraram que ao adicionar o farelo de arroz à dieta de ratos hipertensos a pressão sistólica dos animais diminuiu em cerca de 20% e, por meio do mesmo mecanismo, inibiu-se a enzima conversora angiotensina-1, ou ACE.

A equipe reporta suas descobertas na edição de 8 de março do Journal of Agricultural and Food Chemistry, publicado pela Sociedade Americana de Química.

“Ainda há muito trabalho a ser feito em várias frações do farelo para que possamos saber com exatidão sobre os benefícios para a saúde”, afirma o editor da publicação, James Seiber, que também é diretor do Departamento de Agricultura do Centro de Pesquisas Regionais em Davis, Califórnia. “Esse trabalho em particular chamou minha atenção por dois motivos: o potencial de fazer um uso benéfico de um produto descartado, como o farelo de arroz, e a maneira como a equipe lidou com o estudo, usando bons experimentos controlados e um modelo apropriado".

Ainda não é claro se o simples ato de comer mais arroz integral, que retém parte de seu farelo, reduziria o risco de doenças cardíacas. Mas estudos anteriores em humanos, assim como em animais com altos níveis de colesterol, sugerem que certas frações de farelo de arroz diminuem o nível de colesterol LDL, que é prejudicial.

O próximo passo da pesquisa é elucidar o mecanismo através do qual o farelo de arroz inibe a ação da ACE e diminui o nível de colesterol.





Fonte: Agência Estado

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