Ofensiva militar mata entre 25 e 30 rebeldes no Paquistão

Entre 25 e 30 rebeldes morreram hoje em um ataque do Exército paquistanês contra um suposto centro de treinamento de terroristas da Al Qaeda, próximo à fronteira com o Afeganistão, enquanto o presidente americano, George W. Bush, inicia sua viagem pelo sul da Ásia.

O ataque de hoje aconteceu na região paquistanesa do Waziristão do Norte, onde os militares começaram uma "ofensiva importante" contra um suposto centro de treinamento da Al Qaeda em Saidgai, a 17 quilômetros de Miranshah, a capital regional, de onde acredita-se que os rebeldes atacam as tropas americanas presentes no Afeganistão.

Segundo o porta-voz das Forças Armadas do Paquistão, general Shaukat Sultan, entre 25 e 30 rebeldes morreram na ofensiva, em que foram utilizados helicópteros para atacar o suposto campo de treinamento da rede terrorista.

Sultan não quis confirmar, por motivos de segurança, se o ataque era contra algum membro importante da organização que poderia se encontrar no local.

Em 13 de janeiro as tropas americanas no Afeganistão cometeram um ataque aéreo contra o povoado de Bajaur, na mesma região, por suspeitas de que o egípcio Ayman al-Zawahiri, número três da Al Qaeda, estivesse no local.

Al-Zawahiri esteve em Bajaur, mas teve tempo de fugir, já que os aviões americanos começaram a sobrevoar a área dois dias antes do ataque e 18 civis morreram na ofensiva, o que provocou fortes protestos contra o Governo de Islamabad e contra os EUA.

A ofensiva militar de hoje coincide com a chegada à Índia do presidente americano, George W. Bush, dentro de sua viagem pelo Sul da Ásia, que também o levará ao Paquistão.

Islamabad, um aliado de Washington na luta contra o terrorismo desde o fim de 2001, costuma intensificar suas operações antiterroristas na região fronteiriça com o Afeganistão às vésperas de visitas oficiais de altos funcionários norte-americanos.

Está previsto que Bush, que hoje fez uma visita ao Afeganistão, chegue ao Paquistão na sexta-feira depois passar três dias na Índia, país com o qual espera fechar definitivamente um acordo nuclear civil discutido desde julho de 2004.

O ataque de hoje no Waziristão do Norte acontece depois que o presidente afegão, Hamid Karzai, em visita a Islamabad na semana passada, entregou ao Governo do Paquistão uma lista de membros do grupo islâmico Talibã suspeitos de estar escondidos em território paquistanês e entrar no Afeganistão para cometer atentados terroristas.

Karzai pediu ao regime paquistanês que tome as medidas necessárias para encontrar esses rebeldes.

As tropas americanas no Afeganistão também solicitaram ao Governo do Paquistão que adote medidas contra estes supostos terroristas.

O Waziristão é uma região montanhosa e desértica que faz fronteira com o Afeganistão povoada por várias tribos de etnia pashtun, há suspeitas de que uma multidão de rebeldes se refugiou neste local depois da queda do regime Talibã, no fim de 2001.

Nos últimos anos, o Governo do Paquistão destacou cerca de 70 mil soldados na região para lutar contra os talibãs e seus parceiros da Al Qaeda.