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Entretenimento
Sexta - 11 de Janeiro de 2013 às 12:33
Por: Rodrigo Ortega

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Cantor e compositor carioca Naldo se apresenta pela primeira vez em São Luís neste sábado (22) (Foto: Reprodução/TV Mirante)
Naldo (Foto: Reprodução/TV Mirante)

 

Cinco dias em um hotel em Angra dos Reis (RJ), em 2000, foram um presente para Ronaldo Jorge Silva, aos 19 anos, garoto pobre do Complexo da Maré, no Rio. Era um encontro da gravadora EMI, que então apostava na dupla de funk de Naldo com o irmão Lula. "Ano que vem o show principal do encontro é deles." Naldo lembra de ouvir a frase de um dos seus ídolos, também na EMI na época, Herbert Vianna, cantor dos Paralamas do Sucesso.

"A capa é dourada porque vocês são os meninos de ouro" foi outra frase de Herbert que não saiu da cabeça de Naldo. O álbum da capa dourada acabou nunca sendo lançado e o contrato com a gravadora não vingou. Mas treze anos depois, hoje aos 31 anos, separado do irmão falecido em 2008, Naldo chega ao esperado sucesso nacional. O show no Rio no sábado (12), com transmissão pelo Multishow (veja informações completas abaixo), comprova o bom momento.

Estourado com a música "Amor de chocolate", Naldo planeja parcerias com os sertanejos Michel Teló e Jorge e Matheus, depois dos duetos com Preta Gil (em "Meu corpo quer você", da trilha de "Salve Jorge") e o americano Fat Joe. Ele também já compôs o sucesso "Depois do amor" para Belo. "Não vou ficar preso ao funk", ele diz logo no início de entrevista ao G1.

Naldo não tem planos modestos. Suas parcerias dos sonhos no Brasil são com Marisa Monte e o próprio Herbert. "Encontrei com ele no aeroporto recentemente. Ele não lembrava da história de Angra, mas me trouxe pra junto dele e me abraçou, fiquei emocionado", conta. E ele já mira passos fora do Brasil - o primeiro veio com a parceria com versos em inglês de Fat Joe em "Se joga".

Naldo (Foto: Divulgação)
Naldo (Foto: Divulgação)



"Grammy Latino" parece ser uma fixação - ele cita o prêmio três vezes na entrevista. O cantor faz aulas de espanhol e não hesita em falar dos planos. "Para ser bem objetivo: estou me preparando muito porque quero uma carreira mundial." Ele também acrescentou ao nome o complemento opcional "Benny".

Morte do irmão Lula

Nesse dia [da morte de Claudinho] a gente estava junto. Depois que aconteceu isso me afastei, dei um espaço. Mas o Buchecha chama a minha mãe de mãe, é como se fosse padrinho do meu filho (...) [No dia do enterro de Lula] ele ficou o tempo todo agarrado comigo"
Naldo

Naldo não chega ao sucesso de bagagem vazia. Muita coisa aconteceu desde a promissora dupla jovem do Rio apareceu na década passada até a faixa "Amor de chocolate" no topo do ranking de downloads no Brasil. O fato mais importante e trágico foi a morte de Lula, em 2008. "Passei dois dias sem dormir procurando ele. Fui o primeiro a entrar no IML para reconhecer o corpo", Naldo relembra.

No dia do sepultamento de Lula, o cantor Buchecha, que também perdeu seu companheiro de dupla, estava ao lado de Naldo. "Ele ficou o tempo todo agarrado comigo. Desejou muita força, cabeça no lugar." O amigo Naldo também estava ao lado de Buchecha no dia da morte de Claudinho, em 2002. "Eu e meu irmão entrávamos no meio do show deles, fazíamos há uns oito meses. E nesse dia [da morte de Claudinho] a gente estava junto. Depois que aconteceu isso me afastei, dei um espaço. Mas ele chama a minha mãe de mãe, é como se fosse padrinho do meu filho", conta.

Naldo se apresenta na Cidade de Deus (Foto: Divulgação/Christian Rodrigues)
Naldo se apresenta na Cidade de Deus, no Rio, onde nasceu, em 2012 (Foto: Divulgação/Christian Rodrigues)

 

Com ajuda de Buchecha e outras figuras do Rio, a dupla Naldo e Lula, mesmo após o projeto de disco frustrado com a EMI, já havia estourado músicas como "“Tá surdo” e "Como mágica" no Rio em meados da décda passada. Após a morte do irmão, Naldo entrou em carreira solo, mas nem tão sozinho, segundo ele. "Hoje existe uma força dupla. A mão de Deus e o Lula do lado falando: "Ajuda o meu irmão lá, vamos embora". É meu anjo mesmo."

Doces e bebidas nas letras

Durante a entrevista em um bar de São Paulo, Naldo se serve de uma porção de coxinhas e pede água ao garçom. "Nunca usei droga, não bebo. Só se eu tiver que brindar, por exemplo. A notícia do [primeiro lugar de "Amor de Chocolate" no] iTunes, eu bebi duas taças de champagne e só. Mas não fico bêbado, não curto sabor de bebida, não tenho prazer nisso". A revelação é inesperada para o cantor que popularizou o "uísque com água de coco" em seu maior hit. "É coisa de compositor", explica.

Com o plano de realizar o sucesso desejado pelo irmão, Naldo emplacou três hits em sequência, "Exagerado", "Chantilly" e "Amor de chocolate" que o catapultaram de sucesso carioca a revelação para o público nacional em 2012. As três músicas, curiosamente, falam sobre comidas e bebidas. Leite moça, chantilly e chocolate aparecem junto com champagne, uísque e vodca nas letras, sempre com referências a encontros amorosos.

Nunca usei droga, não bebo. Só se eu tiver que brindar, por exemplo. A notícia do [primeiro lugar de "Amor de Chocolate" no] iTunes, eu bebi duas taças de champagne e só. Mas não fico bêbado, não curto sabor de bebida, não tenho prazer nisso."
Naldo, cantor

A "trilogia dos doces" foi a maneira que Naldo encontrou de adaptar a temática sexual do funk carioca para algo um pouco menos direto, segundo ele. "Comecei a analisar que as músicas que bombavam na noite do Rio eram as que falavam palavrão escrachadamente. Peguei isso de maneira menos vulgar. De uma maneira que a família pudesse ouvir, que a criança pudesse curtir, que tocasse em rádio e televisão."

Como se não bastasse a referência aos doces nas letras, Naldo se apaixonou e se casou em 2012 com Ellen Cardoso, conhecida como Mulher Moranguinho, que conheceu na gravação do clipe de "Chantilly". "Mas não chamamos pelo nome. Foi coincidência mesmo. Outra modelo tinha sido chamada, não deu certo, e acabamos chamando a Moranguinho. E eu acabei me envolvendo, ficando apaixonado, e tudo começou daí", conta.

A comida preferida de Naldo também não tem a ver com os hits alcóolicos e adocicados: purê de batata. "Minha mãe lembra que eu pedia desde molequinho purê de batata com feijão." Podemos esperar então um funk sobre o purê? "Não acho que não tem a ver", diz aos risos.

Naldo no Rio de Janeiro
Quando:
Sábado (12), 23h
Onde: Citibank Hall, Avenida Ayrton Senna, 3000
Ingressos: De R$ 60 (pista) a R$ 300 (camarote), no site Tickets For Fun
Transmissão ao vivo: Canal Multishow, a partir das 23h1






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