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Reflexões de um sonho paterno
Com o nascimento de minha primeira filha, Ana Luiza, tenho lido e refletido muito sobre a relação moderna entre pais e filhos, o que é certo, o que é errado, a irresponsabilidade de alguns pais em querer ser moderno e liberal, ao invés de impor limites e autoridade, os valores morais e a eterna luta para conciliar o trabalho e a família.
Um dos problemas mais comuns dos pais que trabalham fora são as poucas horas de dedicação aos filhos e a sensação de culpa que a ausência gera nos pais, que por sua vez, tentam compensar a carência emocional com fartura material, proporcionada pela maior renda familiar.
O que é mais importante para uma criança em fase de crescimento? Algumas horas a mais ao lado de seus filhos, acompanha-los diariamente em suas tarefas escolares, desligar a televisão e brincar de bicicleta? Ou o mais importante é ter dinheiro para coloca-los em boas escolas, comprar os melhores tênis e celulares, fazer balé, inglês, natação e ter um plano de previdência privada que garantirá seu futuro? Todos nós pais, sabemos a resposta, que está justamente em tentar conciliar as duas opções, priorizando a família em detrimento ao trabalho, e não deixando que o egoísmo e o hedonismo dominem nossas emoções.
Mas por que não fazemos isso? O que nos impede, já que sabemos o melhor caminho? Será que nossa imaturidade e ambição são maiores que a capacidade de amar e educar uma criança?
Quando vejo jovens participando de brigas e confusões nas ruas, ou se envolvendo com criminosos, com álcool e drogas, pergunto a mim mesmo: o que será que estão tentando nos dizer? Que recado estão tentando transmitir aos seus pais? E o que vemos na maioria das famílias, são os pais preocupados em ¨perder¨o amor de seus filhos, com medo de contrariá-los, com receio de enfrenta-los, fugindo das discussões e dos necessários enfrentamentos de gerações.
Como que os pais podem achar moderno e perfeitamente normal, que seus filhos ¨fiquem¨com inúmeras pessoas no mesmo dia? Que disputem com os colegas, quantos beijos na boca ou passadas de mão deram numa mesma balada? Ou que durmam fora de casa sem se quer avisar por onde andam?
Temos que exercer nosso papel sem ter medo ou peso na consciência; temos que ter autoridade e enfrenta-los sempre que não concordarmos com suas atitudes ou imprudências; temos que ser firmes nas posições e exigências; intransigentes e autoritários sim, quando a situação exigir.
Na realidade, mesmo que de forma inconsciente é isso que nossos filhos querem e esperam de nós, em cada desafio, em cada discussão, em cada choro ou queixa, estão em busca de um porto seguro, de alguém que os enfrente e diga não; alguém que não seja mais um amiguinho dócil e tolerante, que acha graça de toda e qualquer farra, atitude ou contestação juvenil.
Não devemos ter medo, vergonha ou ressentimento em exercer o papel de pai, de mãe, de educador, mesmo que isso custe uma cara feia, um choro, um xingamento.
Muito pior que isso, é a dor de perder o respeito, a dignidade e a chance de formar o caráter do seu filho e transformar nosso mundo num mundo melhor.
João Carlos Caldeira Empresário, jornalista e professor universitário. E-mail: joaocmc@terra.com.br 25/2/06
Um dos problemas mais comuns dos pais que trabalham fora são as poucas horas de dedicação aos filhos e a sensação de culpa que a ausência gera nos pais, que por sua vez, tentam compensar a carência emocional com fartura material, proporcionada pela maior renda familiar.
O que é mais importante para uma criança em fase de crescimento? Algumas horas a mais ao lado de seus filhos, acompanha-los diariamente em suas tarefas escolares, desligar a televisão e brincar de bicicleta? Ou o mais importante é ter dinheiro para coloca-los em boas escolas, comprar os melhores tênis e celulares, fazer balé, inglês, natação e ter um plano de previdência privada que garantirá seu futuro? Todos nós pais, sabemos a resposta, que está justamente em tentar conciliar as duas opções, priorizando a família em detrimento ao trabalho, e não deixando que o egoísmo e o hedonismo dominem nossas emoções.
Mas por que não fazemos isso? O que nos impede, já que sabemos o melhor caminho? Será que nossa imaturidade e ambição são maiores que a capacidade de amar e educar uma criança?
Quando vejo jovens participando de brigas e confusões nas ruas, ou se envolvendo com criminosos, com álcool e drogas, pergunto a mim mesmo: o que será que estão tentando nos dizer? Que recado estão tentando transmitir aos seus pais? E o que vemos na maioria das famílias, são os pais preocupados em ¨perder¨o amor de seus filhos, com medo de contrariá-los, com receio de enfrenta-los, fugindo das discussões e dos necessários enfrentamentos de gerações.
Como que os pais podem achar moderno e perfeitamente normal, que seus filhos ¨fiquem¨com inúmeras pessoas no mesmo dia? Que disputem com os colegas, quantos beijos na boca ou passadas de mão deram numa mesma balada? Ou que durmam fora de casa sem se quer avisar por onde andam?
Temos que exercer nosso papel sem ter medo ou peso na consciência; temos que ter autoridade e enfrenta-los sempre que não concordarmos com suas atitudes ou imprudências; temos que ser firmes nas posições e exigências; intransigentes e autoritários sim, quando a situação exigir.
Na realidade, mesmo que de forma inconsciente é isso que nossos filhos querem e esperam de nós, em cada desafio, em cada discussão, em cada choro ou queixa, estão em busca de um porto seguro, de alguém que os enfrente e diga não; alguém que não seja mais um amiguinho dócil e tolerante, que acha graça de toda e qualquer farra, atitude ou contestação juvenil.
Não devemos ter medo, vergonha ou ressentimento em exercer o papel de pai, de mãe, de educador, mesmo que isso custe uma cara feia, um choro, um xingamento.
Muito pior que isso, é a dor de perder o respeito, a dignidade e a chance de formar o caráter do seu filho e transformar nosso mundo num mundo melhor.
João Carlos Caldeira Empresário, jornalista e professor universitário. E-mail: joaocmc@terra.com.br 25/2/06
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/316355/visualizar/
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