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Cultura
Segunda - 27 de Fevereiro de 2006 às 13:00
Por: Jotabê Medeiros

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Salvador - O ministro Gilberto Gil, que desfilou neste domingo com os Filhos de Ghandy, no Campo Grande, criticou a descaracterização do bloco. Sua maior frustração foi pelo uso do turbante azul, em vez do branco. A direção do Ghandy resolveu trocar para combater as fantasias piratas, mas Gil não gostou.

“Se ainda fosse azul claro. O branco é uma das marcas do Gandhy”, lamentou o ministro, durante visita aos camarotes do Campo Grande, no domingo à tarde.

Os foliões tradicionais do Filhos de Ghandy também estão insatisfeitos com o que chamam de “mercantilização” do bloco. O bloco desfilou este ano com 7,8 mil integrantes. Há 15 anos, eram pouco mais de 2 mil. Segundo eles, as fantasias estão chegando incompletas para os foliões tradicionais, que são mais humildes, e indo parar nas mãos dos turistas que compram fantasias e um lugar no desfile.

Gil também falou sobre as críticas de Carlinhos Brown, que parou sua música e pediu, na frente do seu camarote, no sábado, providências urgentes às autoridades para diminuir as diferenças sociais e aumentar investimentos em educação.

Brown estava escandalizado com a violência nas imediações do desfile do trio, que via de cima do caminhão. "Viu, ministro?", afirmou Brown, dirigindo-se ao camarote. Na hora, Gil, que estava com o microfone na mão, não disse nada. Ontem, o ministro respondeu que o “carnaval é o momento em que as grandes tensões provocadas pelas desigualdades da sociedade ficam suspensas, é uma trégua social“, mas também salientou que “o carnaval não consegue abolir todas as diferenças”.

Ele salientou que, exceto por uma revolução, na qual não acredita, a solução para mudar as coisas acontece por meio de um processo, e acredita que o presidente Lula está trabalhando para mudar esse estado de coisas.





Fonte: Agência Estado

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