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Cultura
Segunda - 27 de Fevereiro de 2006 às 01:17
Por: Clarissa Thomé

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Rio de Janeiro - A Acadêmicos da Rocinha, segunda escola de samba a desfilar neste domingo na Marquês de Sapucaí, teve vários problemas em sua passagem pela Marquês de Sapucaí e estourou o tempo de desfile em seis minutos. Depois de dois carros quebrarem ainda na concentração, uma chuva forte começou a cair durante o desfile. Com os carros parados, a harmonia ficou comprometida. O último carro, que representa um cemitério, pegou fogo na sua base e bombeiros entraram com extintores de incêndio na passarela.

O som também falhou. Mas o público pareceu não se importar e cantou com animação o samba Felicidade não tem preço.

Mas os problemas com os carros comprometeram bastante a harmonia da escola. A falha do terceiro, por exemplo, abriu um buraco de 200 a 300 metros entre as alas, que precisavam passar correndo. O problema aconteceu exatamente em frente à primeira cabine dos jurados.

O enredo da escola fez uma crítica bem-humorada à importância por dinheiro na vida das pessoas, não empolgou tanto quanto o Salgueiro nas primeiras arquibancadas. Passada a euforia com a madrinha de bateria, a apresentadora Adriane Galisteu, o público não se levantou para aplaudir a comissão de frente nem as primeiras alas. A comissão de frente, que representava a briga por poder, não agradou. Os 14 bailarinos vestidos de bonecos, os João Ninguém, que disputavam sete fantasias, mais lembravam pacientes queimados em recuperação.

Um dos carros mais bonitos foi o "Dinheiro de Criança", que lembrava o consumismo dos pequenos. A alegoria trouxe 32 atores vestidos de bonecos como Barbie e Power Rangers.

A Rocinha desfila após mais um round da luta entre traficantes rivais pelo controle dos pontos de droga. A violência não teve referência no desfile da escola. "Viemos aqui brincar o carnaval", afirmou o carnavalesco Alex de Souza. Já Adriane Galisteu disse que o desfile da escola apagaria as últimas tragédias. "Não viemos aqui fazer um simples desfile, mas para brigar pelo título".

Uma moradora da favela, da ala mirim, sintetizou o espírito dos 3.700 integrantes da escola. "Ouvimos boatos de que haveria tiroteio quando entrássemos na avenida. Estamos preocupados com nossos pais que estão em casa. Mas viemos mostrar que a Rocinha não é só violência. Somos alegria também".

Na concentração, um momento curioso. A modelo Ângela Bismarck, conhecida pelas dezenas de plásticas que já fez, ficou noiva do cirurgião plástico Wagner de Moraes.

Toda vestida de preto e com roupas mínimas, ela pouco lembrava uma noiva tradicional. Ângela é viúva de outro cirurgião plástico, Ox Bismarck. Para esse carnaval, o noivo fez pequena plástica no nariz da modelo, lipo nos culotes e remodelou com injeções os seios e nádegas.





Fonte: Agência Estado

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