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Meio Ambiente
Sexta - 24 de Fevereiro de 2006 às 22:25

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O vice-presidente do Banco Mundial (BM), Ian Johnson, afirmou hoje em Londres a importância que o mundo rico ajude os países em desenvolvimento a crescer economicamente, mas de modo compatível com o meio ambiente.

"Os países pobres são especialmente vulneráveis ao aquecimento do planeta e as populações mais pobres desses países o são ainda mais", afirmou Johnson no início de um diálogo internacional entre legisladores e representantes do mundo empresarial sobre a mudança climática.

Dirigindo-se à reunião em teleconferência, a ministra britânica do Meio Ambiente, Margaret Beckett, referiu-se aos países emergentes como México, Brasil e China, e disse que suas emissões de gases de efeito estufa aumentarão de modo dramático nos próximos anos.

"É preciso reconhecer seu direito de crescer e se desenvolver, mas os países do G8 (os mais industrializados) têm também a responsabilidade de ajudá-los a minimizar o impacto desse crescimento no clima mundial", disse Beckett.

O vice-presidente do BM declarou em entrevista coletiva que sua instituição utilizou um instrumento para o Meio Ambiente Global criado nos anos noventa para, combinando doações e empréstimos, ajudar a financiar a aquisição de novas tecnologias de geração de energia eólica e similares.

"Nosso desafio atual é ampliar seu alcance conforme crescem as economias emergentes", acrescentou Johnson, segundo o qual "se não enfrentarmos o problema (do meio ambiente) milhões de habitantes do mundo em desenvolvimento correrão grave perigo".

Em declarações a EFE em um intervalo da reunião, o brasileiro Otaviano Canuto, diretor-executivo do Banco Mundial, destacou que o Brasil desenvolveu tecnologias limpas e combustíveis alternativos como o etanol capazes de substituir com vantagem ao petróleo.

"A Colômbia e a República Dominicana já estão utilizando-o", afirmou Canuto, que explicou que a tecnologia brasileira pode ter valor para outras regiões e disse que seria difícil que o resto do mundo apostasse no Brasil como único produtor da matéria-prima.

"O Brasil está interessado que surjam outros produtores, como já é a Tailândia, por exemplo".

"Outro aspecto da luta contra o efeito estufa do qual a América Latina também pode se beneficiar é o mercado de créditos de carbono", disse Canuto, segundo o qual dois dos três maiores vendedores são Brasil e Chile.

Essas são oportunidades que se oferecem à América Latina, disse Canuto, segundo o qual o importante é que os países se organizem para tornar viável a utilização de biocombustível.

Também em conversa com a EFE, outro dos participantes da reunião, Elliot Diringer, diretor de estratégias internacionais do centro de pesquisa independente Pew, dos EUA, pronunciou-se por um enfoque multilateral para após 2012.

Em lugar de fixar tetos de emissões de gases que sejam vinculantes para o conjunto da economia, poderia se utilizar um enfoque setorial, por exemplo, para a indústria de geração de energia, o que seria mais "manejável para um país em desenvolvimento".

Muitos países em desenvolvimento não podem sequer fazer o registro de suas próprias emissões, por isso seria mais prático, segundo Diringer, estabelecer, por exemplo, padrões para a produção de automóveis que economizem energia, e que seriam aplicados simultaneamente em vários países.

Diringer reconheceu que os Estados Unidos não deveria adotar em nenhum caso uma "posição minimalista" porque os compromissos de redução das emissões de carbono de um país devem ser "proporcionais à sua capacidade e responsabilidade".





Fonte: EFE

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