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Impasse do PSDB atravessa o Carnaval, sem solução à vista
Mais importante partido de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PSDB entrará na Quaresma mergulhado no impasse para indicação de seu candidato ao Palácio do Planalto.
Divididos entre o governador paulista, Geraldo Alckmin, e o prefeito de São Paulo, José Serra, os tucanos agora correm contra o tempo, depois que Lula recuperou o favoritismo nas pesquisas de intenção de votos. O prazo fatal é 31 de março, quando a lei obriga candidatos a outros postos que renunciem aos cargos que ocupam no Executivo.
"Ficamos imobilizados e, se não encontrarmos solução inteligente para essa questão, seremos vistos como os que não merecem voltar ao governo", disse o líder do PSDB no Senado, Artur Virgílio (AM). "Se não dermos consequência eleitoral ao nosso discurso oposicionista, não merecemos mesmo voltar." A vantagem inicial de José Serra sobre Lula, que chegou a 16 pontos numa simulação de segundo turno em dezembro, segundo o Datafolha, transformou-se em desvantagem de cinco pontos, pelo levantamento do mesmo instituto divulgado esta semana.
Com apenas 17 pontos percentuais na pesquisa (numa simulação que daria a Lula a vitória já no primeiro turno), Alckmin sustenta que pode crescer numa disputa polarizada, que ele compara à rivalidade das torcidas em um fla-flu.
"Potencial para crescer ele tem, mas o problema é se ele terá tempo para isso, para levar a eleição ao segundo turno", pondera um integrante da cúpula tucana que analisou pesquisas encomendadas pelo partido.
"Sem cotoveladas" Serra, por sua vez, não se dispõe a deixar a Prefeitura de São Paulo (130 mil funcionários e orçamento de R$ 14,5 bilhões em 2005) sem a garantia do apoio de Alckmin e de todo o PSDB para uma campanha reconhecidamente difícil.
"Não estou com idéia fixa de ser candidato e não serei se for preciso dar cotoveladas para abrir o caminho", disse o prefeito a um amigo. Serra, segundo essa fonte, não quer repetir o erro de 2002, quando disputou e perdeu para Lula, depois de remover concorrentes internos.
Aliados de Serra argumentam que o prefeito seria um candidato mais comprometido com o objetivo de derrotar Lula, exatamente pelos riscos e pelo custo político de deixar a prefeitura da maior cidade do país, antes de cumprir meio mandato.
"Serra é candidato a presidente, enquanto Alckmin é candidato a ser candidato, sem riscos adicionais", comparou um dirigente serrista.
Os aliados de Lula passaram a observar com mais atenção os movimentos do governador de São Paulo. O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini, admitiu que Alckimin "é um candidato que pode crescer".
Um assessor de Lula em três das quatro campanhas presidenciais, disse que o presidente não escolhe adversário, mas se sentiria mais seguro disputando contra o prefeito.
"Serra já é um adversário conhecido, o que tem suas vantagens", disse o auxiliar de Lula. "Alckimin ainda é um desconhecido, mas pode se transformar em novidade."
Triunvirato Além de atrasar a largada da campanha oposicionista, a disputa (oficialmente não declarada) entre Alckmin e Serra expõe a fragilidade dos mecanismos de decisão política no partido.
Desde dezembro, um trio formado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati, e o governador de Minas, Aécio Neves, tenta conduzir a disputa, até aqui sem sucesso.
"Eles estão fazendo um grande esforço pela unidade do partido", disse Alckmin a jornalistas na terça-feira, em um calculado elogio público ao chamado triunvirato tucano.
O elogio de Alckmin veio logo depois de um encontro com os três políticos, durante o qual estes pediram ao governador que moderasse o discurso de seus apoiadores. Os chamados "alckmistas" chegaram a propor a realização de prévias presidenciais.
A interlocutores diversos, no entanto, os três coordenadores tucanos admitiram que o sucesso da tarefa depende da desistência de um dos concorrentes em favor do outro.
O triunvirato tucano não tem planos de se reunir durante a semana do Carnaval.
Divididos entre o governador paulista, Geraldo Alckmin, e o prefeito de São Paulo, José Serra, os tucanos agora correm contra o tempo, depois que Lula recuperou o favoritismo nas pesquisas de intenção de votos. O prazo fatal é 31 de março, quando a lei obriga candidatos a outros postos que renunciem aos cargos que ocupam no Executivo.
"Ficamos imobilizados e, se não encontrarmos solução inteligente para essa questão, seremos vistos como os que não merecem voltar ao governo", disse o líder do PSDB no Senado, Artur Virgílio (AM). "Se não dermos consequência eleitoral ao nosso discurso oposicionista, não merecemos mesmo voltar." A vantagem inicial de José Serra sobre Lula, que chegou a 16 pontos numa simulação de segundo turno em dezembro, segundo o Datafolha, transformou-se em desvantagem de cinco pontos, pelo levantamento do mesmo instituto divulgado esta semana.
Com apenas 17 pontos percentuais na pesquisa (numa simulação que daria a Lula a vitória já no primeiro turno), Alckmin sustenta que pode crescer numa disputa polarizada, que ele compara à rivalidade das torcidas em um fla-flu.
"Potencial para crescer ele tem, mas o problema é se ele terá tempo para isso, para levar a eleição ao segundo turno", pondera um integrante da cúpula tucana que analisou pesquisas encomendadas pelo partido.
"Sem cotoveladas" Serra, por sua vez, não se dispõe a deixar a Prefeitura de São Paulo (130 mil funcionários e orçamento de R$ 14,5 bilhões em 2005) sem a garantia do apoio de Alckmin e de todo o PSDB para uma campanha reconhecidamente difícil.
"Não estou com idéia fixa de ser candidato e não serei se for preciso dar cotoveladas para abrir o caminho", disse o prefeito a um amigo. Serra, segundo essa fonte, não quer repetir o erro de 2002, quando disputou e perdeu para Lula, depois de remover concorrentes internos.
Aliados de Serra argumentam que o prefeito seria um candidato mais comprometido com o objetivo de derrotar Lula, exatamente pelos riscos e pelo custo político de deixar a prefeitura da maior cidade do país, antes de cumprir meio mandato.
"Serra é candidato a presidente, enquanto Alckmin é candidato a ser candidato, sem riscos adicionais", comparou um dirigente serrista.
Os aliados de Lula passaram a observar com mais atenção os movimentos do governador de São Paulo. O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini, admitiu que Alckimin "é um candidato que pode crescer".
Um assessor de Lula em três das quatro campanhas presidenciais, disse que o presidente não escolhe adversário, mas se sentiria mais seguro disputando contra o prefeito.
"Serra já é um adversário conhecido, o que tem suas vantagens", disse o auxiliar de Lula. "Alckimin ainda é um desconhecido, mas pode se transformar em novidade."
Triunvirato Além de atrasar a largada da campanha oposicionista, a disputa (oficialmente não declarada) entre Alckmin e Serra expõe a fragilidade dos mecanismos de decisão política no partido.
Desde dezembro, um trio formado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati, e o governador de Minas, Aécio Neves, tenta conduzir a disputa, até aqui sem sucesso.
"Eles estão fazendo um grande esforço pela unidade do partido", disse Alckmin a jornalistas na terça-feira, em um calculado elogio público ao chamado triunvirato tucano.
O elogio de Alckmin veio logo depois de um encontro com os três políticos, durante o qual estes pediram ao governador que moderasse o discurso de seus apoiadores. Os chamados "alckmistas" chegaram a propor a realização de prévias presidenciais.
A interlocutores diversos, no entanto, os três coordenadores tucanos admitiram que o sucesso da tarefa depende da desistência de um dos concorrentes em favor do outro.
O triunvirato tucano não tem planos de se reunir durante a semana do Carnaval.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/316846/visualizar/
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