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Politica Brasil
Quarta - 22 de Fevereiro de 2006 às 07:02
Por: Marcia Raquel

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Ex-candidato do PT à prefeitura de Cuiabá nas eleições de 2004, Alexandre Cesar afirmou ontem que o seu indiciamento no inquérito que investiga irregularidades na prestação de contas da sua campanha já era previsto. Porém Cesar rechaçou a hipótese de formação de caixa dois e afirmou que essa prática em Mato Grosso é do PSDB.

“Eu não fiz caixa dois, quem fez caixa dois foi o PSDB, que está sendo investigado inclusive por envolvimento com o crime organizado”, defendeu-se o ex-dirigente petista. Cesar foi indiciado em inquérito presidido pelo delegado federal Renato Sayão por crime eleitoral tipificado no artigo 350 do Código Eleitoral, que trata de prestação de contas falsa.

O ex-candidato ponderou que o seu indiciamento já era esperado, uma vez que as declarações do delegado sempre foram nesse sentido. “O trabalho do delegado não é parcial, até porque ele segue uma linha de investigação, então eu respeito o trabalho dele e o seu posicionamento, mas não concordo com ele”, ponderou Cesar.

Apesar de já prever o seu indiciamento, Alexandre Cesar afirmou que não se sente à vontade diante da situação, mas entende que é parte do procedimento. “O delegado não julga ninguém, ele avalia os fatos e relata”, frisou.

Para Alexandre, o Partido dos Trabalhadores tem clareza do que aconteceu e continua lhe apoiando. Prova disso, segundo ele, é que ele foi escolhido secretário-geral do Diretório Estadual em substituição ao deputado estadual Ságuas Moraes, que se licenciou no último final de semana.

A prestação de contas de 2005, segundo Alexandre Cesar, será feita após a conclusão da auditoria que está sendo feita pela nova direção estadual, comandada pela senadora Serys Marly. “Nela vão estar todas as contas”, disse Alexandre ao reforçar que não omitiu nenhuma informação. O ex-candidato sustenta que as dívidas de cerca de R$ 4 milhões que não constaram na prestação de contas da campanha são referentes a uma campanha institucional do partido, realizada antes da campanha eleitoral.

A tesoureira do PT de Mato Grosso, ex-vereadora Enelinda Scala, afirmou que ficou sentida pelo indiciamento de Alexandre Cesar. “Eu sinto muito, gostaria que nada disso estivesse acontecendo com ele e nem com qualquer pessoa do PT”, limitou-se a ex-vereadora.

Segundo o delegado Renato Sayão, a não-declaração de dívidas em campanha eleitoral implica em prestação de contas falsa, crime cuja pena prevista é de cinco anos de reclusão mais multa. O inquérito foi remetido ao juízo da 1ª Zona Eleitoral de Cuiabá na última sexta-feira. Sayão explicou que ficou comprovada a não-declaração de dívidas da campanha de 2004 e que Alexandre não apresentou fatos novos que justificassem a não-declaração dessas dívidas na prestação de contas.





Fonte: Diário de Cuiabá

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