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Politica Brasil
Terça - 21 de Fevereiro de 2006 às 14:08

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A Polícia Federal concluiu na última sexta o inquérito sobre suposto caixa dois do PT em Cuiabá na eleição de 2004, confirmando gastos com gráficas e vídeos de ao menos R$ 3,5 milhões não-declarados à Justiça Eleitoral. O candidato derrotado a prefeito Alexandre Cesar (PT) afirmou ontem culpar o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares por "um erro contábil" que levou à instauração do inquérito.

Esses gastos de R$ 3,5 milhões apontados pela PF não foram pagos aos fornecedores e, portanto, tornaram-se dívidas, parte delas reconhecida em cartório de registros pelo PT.

Cesar, que assumiu nesta semana o cargo de secretário-geral do PT de Mato Grosso, nega o caixa dois. Reconhece uma dívida que "não chega a R$ 2 milhões", mas diz que a quantia corresponde a gastos do diretório estadual, e não de sua campanha a prefeito.

À Justiça Eleitoral, Cesar declarou ter gasto R$ 2,12 milhões e arrecadado R$ 1,16 milhão em 2004. A dívida oficial de campanha é, portanto, de R$ 963,3 mil. Ainda conforme Cesar diz, Delúbio mandou somar as dívidas.

"Alguns fornecedores prestaram serviço tanto ao partido como à campanha em Cuiabá. Quando acabou a eleição, nós consultamos em Brasília [Delúbio] e a orientação foi para consolidar as dívidas todas. Que documentássemos isso e depois, feito o pagamento, fosse contabilizado na prestação de contas de 2005", afirmou Cesar, que na época era presidente do PT estadual.

O problema foi que Delúbio, além de ter feito "a confusão contábil", não cumpriu a promessa, afirmou Cesar. O pagamento dos fornecedores não ocorreu.

Dono da gráfica Print, o empresário Dalmi Defanti Júnior afirmou à Folha ter para receber R$ 571 mil. Defanti disse que parte dessa quantia corresponde a material fornecido à campanha de Cesar, mas que a despesa não está registrada na Justiça Eleitoral.

O delegado federal Renato Sayão afirmou que concluiu na sexta-feira o inquérito e o enviou à Justiça Eleitoral. O juiz deverá remetê-lo ao Ministério Público, que pode ou não denunciar Cesar.

Sayão disse preferir não comentar o que concluiu nas investigações. "Só posso dizer que os números são esses mesmos do conhecimento público [R$ 3,5 milhões]. As dívidas em si não são contestadas. Agora eles [do PT] dizem que não foram gastos de campanha", afirmou o delegado.





Fonte: Folha Online2

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