Governo lança programa de organização produtiva em Vila Bela

A capacitação com objetivo de geração de emprego e renda no setor turístico é uma realidade para 160 participantes do “Produzir” (Programa de Organização Produtiva de Comunidades), lançado no último final de semana, no município de Vila Bela da Santíssima Trindade, localizado no Vale do Guaporé (a 554 quilômetros de Cuiabá), na região Noroeste de Mato Grosso.

“Nossa meta é a inclusão social priorizando a inserção de quem está fora do mercado de trabalho”, afirma Ajax Filguera, representante do Ministério da Integração Social presente ao lançamento, ao destacar a importância da parceria com o Governo do Estado e entidades da sociedade civil.

Vila Bela faz parte de um pequeno grupo de cidades beneficiadas pelo programa implantado pelo Ministério da Integração Nacional, com apoio da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) e que está sendo executado no Estado pela Secretaria de Desenvolvimento do Turismo - Sedtur. Em todo o país, apenas 50 municípios receberam aprovação do projeto.

A secretária de Turismo de Mato Grosso, Yeda Marli de Oliveira Assis, ressalta que o Governo do Estado tem feito ações estratégicas, interligadas, visando ao desenvolvimento do setor. “O turismo proporciona uma melhor distribuição de renda a população. Estamos procurando incentivar e conscientizar a população que é importante estar bem preparada para receber o turista”, diz a secretária.

Vila Bela, além de sua importância histórica, por ser a primeira capital de Mato Grosso, tem um grande potencial turístico, em especial devido à herança negra e religiosa retratada nas tradicionais Festanças, São Benedito, Dança do Congo e o Chorado. O prefeito interino de Vila Bela, Tito Profeta da Cruz (PFL), afirmou que “nunca o município teve tanto apoio como no governo de Blairo Maggi”.

CAPACITAÇÃO

Empolgação é o que não falta aos participantes do programa, que atinge várias faixas etárias. A professora Maristela Geraldo de Paula está inscrita no curso de artesanato e espera que o aprendizado possa resultar em uma renda extra. “Não tenho emprego fixo e preciso completar meu orçamento”, diz ela.

Já o estudante Júlio César Meireles, de 16 anos, se inscreveu para a capacitação em apicultura, visando ao primeiro emprego. Dona Oliva Leite, de 61 anos, também está animada com a proposta de trabalho. “Quero aprender a fazer doces de mamão, laranja e compotas de limão para vender”. Segundo ela, a idade não é problema.

Em Vila Bela, o trabalho será direcionado para os seguintes cursos: artesanato em cerâmica e palha/cipó; produção de mel; excelência no atendimento; produção de alimentos (doces, compotas); e formação de condutores locais para o turista.

Durante 45 dias o técnico do Ministério da Integração, Carlos Eduardo Marques, estará na cidade supervisionando o programa. Estão sendo avaliados quais os melhores caminhos para, na prática, criar alternativas de comercialização de produtos típicos e melhoria no setor de serviços. Os participantes também identificaram alguns dos principais problemas que afetam o turismo como saneamento básico, falta de local para produção e a questão de transporte.

Outro passo importante é que os alunos aprenderão a competir com a criação de um processo coletivo de empreendimento. Depois, durante um período de seis meses, a Sedtur irá fazer um monitoramento para avaliação do resultado.

INVESTIMENTO

O Programa Produzir, parceria entre os governos federal e estadual, também irá beneficiar a comunidade do município de Reserva do Cabaçal (a 390 quilômetros de Cuiabá, na região Oeste). O lançamento está marcado para o dia 4 de março.

No processo de desenvolvimento do turismo o Governo do Estado também há outros projetos em andamento na região. A sinalização turística no Vale do Guaporé foi aprovada, com recursos no valor de R$ 471 mil, que serão aplicados para indicação das riquezas naturais desde o município de Cáceres até a cidade de Comodoro.

O início da obra do Centro de Referência de Produção e comercialização de Artesanato em Vila Bela também está aprovado, no valor de R$ 336 mil. O centro servirá de suporte e incentivo a produção artesanal.

A bebida típica, que tem suas origens na tradição cultuada pela comunidade, o Kanjinjin, hoje tem uma produção desenvolvida através de projetos executados pelo SEBRAE em parceira com o Governo Estadual como a construção de 20 cozinhas.