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Nacional
Domingo - 19 de Fevereiro de 2006 às 09:15

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Num jantar com os cardeais tucanos, na noite de quinta para sexta-feira, o prefeito José Serra disse ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ao senador Tasso Jereissati (CE) e ao governador Aécio Neves que, se o partido o apoiar unanimemente, ele aceita ser candidato à Presidência. Ontem, os três líderes ouviram, no Rio de Janeiro, resultados de pesquisas sobre os dois pré-candidatos tucanos. A principal revelação foi de que Serra e o governador Geraldo Alckmin têm preferências muito próximas em São Paulo, o que significa que Serra não pagará um alto preço se deixar a Prefeitura.

Os resultados das pesquisas coordenadas pelo cientista político Antônio Lavareda "não diferem muito" das últimas sondagens dos institutos independentes, contou um dos participantes da reunião. Nelas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva engordou seus índices nas classes C e D. No encontro de ontem, o alto comando tucano bateu o martelo no seu cronograma de trabalho: o candidato será anunciado na semana seguinte ao carnaval - por volta do dia 10 de março.

A revelação de que o eleitorado paulista não rejeita a eventual renúncia de Serra à Prefeitura aliviou o alto comando tucano, que agora tem campo livre para encaminhar a escolha de Serra ou Alckmin como candidato. A outra pedra no sapato tucano é o caráter reservado com que Serra vinha tratando sua pré-candidatura, por receio de vê-la mal recebida pelo eleitorado paulistano.

CORES

Alckmin explorou muito a reserva de Serra em admitir a candidatura, repetindo que só via um candidato posto dentro do partido - ele mesmo. Esse aspecto também está vencido. Depois do jantar com Serra, o alto comando passou a tê-lo como pré-candidato. Nos próximos dias, Serra vai abrir um pouco mais o coração e dar cores um pouco mais definidas à hipótese de ser o candidato.

Ontem, Tasso e Aécio falaram com Alckmin por telefone e combinaram que ele terá um encontro com o alto comando, nos mesmos moldes do de Serra, na terça-feira. Os dois apelaram a Alckmin para amenizar um pouco seu discurso de pré-candidato e parar de exigir prévias para escolher o candidato tucano. Funcionou: ontem, no Rio, ele negou a idéia de prévias, ao contrário da véspera.

JANTAR INSOSSO

Na quinta-feira à noite, Fernando Henrique, Tasso e Aécio jantaram com Serra num restaurante sofisticado de São Paulo, depois de deixarem Alckmin numa churrascaria onde o ex-líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP), era homenageado. Depois que o jantar foi noticiado, Tasso e Aécio ligaram para Alckmin e explicaram a conversa do jantar.

Na madrugada de sexta-feira, ao deixar o restaurante Massimo, Fernando Henrique justificou a ausência de Alckmin no jantar com Serra. Explicou que o governador tinha sido convidado, mas não pôde ir. "Ele foi convidado, claro, mas não veio porque tinha de acordar cedo", brincou o ex-presidente, ao sair do restaurante, por volta de 1h30. Ontem, o Alckmin informou que não foi convidado. Aécio explicou que o governador fora convidado para um encontro com a cúpula na quarta-feira, mas não pôde ir porque tinha viagem marcada para Joinville. No jantar no restaurante Massimo, os altos dirigentes tucanos tomaram um vinho cabernet Gregoletto (R$ 250 a garrafa) e, mostrando unidade, escolheram todos o mesmo prato - paleta de cordeiro com spaghetti. Ao fim do encontro, Aécio e Tasso fumaram charutos. Enquanto isso, Alckmin comia um popular rodízio de churrasco com chope, na festa de homenagem a Goldman.





Fonte: Agência Estado

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