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Politica Brasil
Sexta - 17 de Fevereiro de 2006 às 15:51

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Os ministros que pretendem deixar o governo para se candidatar às eleições de outubro aguardam uma decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para definir seu futuro político.

Lula deve estender a resolução até o final de março, quando termina o prazo para que os ocupantes de cargos no Executivo deixem os postos atuais e possam concorrer.

Após a definição, Lula poderá usar o preenchimento das vagas para garantir apoio neste seu último ano de primeiro mandato e mesmo na negociação das alianças para a esperada tentativa de reeleição.

A margem de manobra, no entanto, pode não ser muito grande, uma vez que muitos aliados também deverão disputar as eleições e o interesse dos partidos por indicar técnicos para os ministérios pode ser pequeno.

Pelo menos sete ministros, segundo eles próprios e assessores, têm pretensões eleitorais ou estão de prontidão para eventuais missões nas eleições de outubro.

O ministro petista Jaques Wagner (Relações Institucionais), que deseja concorrer mais uma vez ao governo da Bahia, é um dos que aguarda o respaldo do presidente Lula.

No seu caso, a saída é delicada, uma vez que ele está acompanhando votações programadas, como a do Orçamento da União, já atrasado. Mesmo no final de março, sua substituição poderá trazer dificuldades ao presidente, pois a articulação junto ao Congresso tem sido uma das maiores fragilidades do governo.

O vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, é outro que já fez o pedido de saída ao presidente. Alencar diz que não será candidato, mas quer estar livre para decidir.

"Eu não quero me candidatar a nada, eu não sou candidato, porém não quero entrar na situação de não poder ser", disse Alencar a jornalistas na semana passada, quando ocupava interinamente a Presidência, devido à viagem de Lula à África.

COORDENAÇÃO

A situação do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, envolve Lula duplamente, uma vez que Ciro estaria sendo cogitado como uma opção para compor como vice na chapa do PT.

Ao ser perguntado se estaria se preparando para deixar o governo para assumir esse papel, Ciro desconversou.

"Pelo meu gosto, fico quieto e saio da política por algum tempo", disse. "Mas os interessados devem dirigir essa pergunta ao presidente da República."

Além de Ciro, Antonio Palocci (Fazenda), Luiz Dulci (Secretaria-Geral) e Jaques Wagner compõe as opções de Lula para a coordenação de sua provável candidatura a um segundo mandato.

Os quatro participam da coordenação de governo, que o presidente não deseja desfalcar muito. Desse grupo, Dilma Rousseff (Casa Civil) e Márcio Tomaz Bastos (Justiça) permanecem seguramente nos postos até o final do governo.

Paulo Bernardo, do Planejamento, está articulando com o PT do Paraná para tentar voltar à Câmara dos Deputados no próximo ano, mas também aguarda um sinal verde do presidente.

O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PL), por sua vez, já garantiu que deixa a pasta para disputar as eleições, mas o cargo ainda não está decidido.

Ele poderá concorrer ao governo ou ao Senado pelo Amazonas, seu Estado de origem. Um assessor próximo diz que a decisão sai logo após o Carnaval.

PMDB

O quadro sucessório de Minas Gerais e a realização das prévias do PMDB para a escolha de seu candidato à Presidência também terão impacto na Esplanada dos Ministérios.

Patrus Ananias, do Desenvolvimento Social, já foi cotado para ser o candidato do PT ao governo de Minas Gerais, mas ficará no cargo a pedido de Lula.

Nilmário Miranda, que deixou a secretaria de Direitos Humanos em julho, tem chances de ser o candidato em Minas, mas também é possível que o PT apóie o peemedebista Hélio Costa, depois que as duas legendas firmaram um acordo eleitoral no Estado na semana passada.

Neste cenário, o senador Hélio Costa teria de deixar a pasta das Comunicações. Mas mesmo sem interesses eleitorais, Costa e Saraiva Felipe (Saúde), também do PMDB, deverão sair do governo no final de março.

A orientação do presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), é de que os representantes do partido deverão deixar os postos no governo assim que for definido o candidato da legenda à Presidência, nas prévias marcadas para 19 de março.

Silas Rondeau (Minas e Energia) completa o trio de ministros indicado pelo partido na reforma de julho. Mas como se trata de um técnico, não filiado ao PMDB, que faz parte da cota do ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), é possível que não precise seguir uma eventual orientação da Executiva para deixar o governo.




Fonte: Reuters

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