Venezuela exige que EUA deixem de interferir em seus assuntos

A Venezuela exigiu na sexta-feira que os Estados Unidos deixem de interferir em seus assuntos internos, um dia depois de o governo norte-americano ter dito que o país sul-americano é um de seus maiores problemas no continente.

A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, afirmou na quinta-feira que o governo de seu país está trabalhando para criar uma "frente unida" contra algumas coisas nas quais a Venezuela está implicada.

"Exigimos o fim de ingerência, basta de interferir nos assuntos que são da Venezuela, basta de tentar intervir nos problemas que só os venezuelanos temos que participar", disse a vice-ministra de Relações Exteriores para América do Norte, Mary Pili Hernández.

Ela explicou que será feita uma solicitação formal sobre as declarações de Rice.

Hernández acrescentou em entrevista coletiva que a Venezuela quer ter boas relações com todos os países, "isso inclui o governo e o povo dos Estados Unidos, mas colocamos uma condição inegociável: o respeito".

Rice classificou de "particularmente perigosa" a aliança da Venezuela com Cuba, países que têm estreitado seus laços desde que o presidente Hugo Chávez chegou ao poder, em 1999.

As relações entre Washington e Caracas atravessam, segundo analistas e diplomatas, um de seus piores momentos nas últimas décadas, em meio a acusações verbais entre os dois governos.

O país sul-americano, no entanto, continua sendo um dos principais provedores de petróleo à maior economia do mundo.

Enquanto Chávez chamou o presidente Goerge W. Bush de "louco, genocida e assassino" e o acusou de querer derrubá-lo, funcionários de Washington dizem que o presidente está usando os recursos de petróleo da Venezuela para desestabilizar a região e fazer um contrapeso às políticas norte-americanas.