Taques compara estratégia de Antero à máfia

“Dá a impressão, e essa é a minha convicção pessoal, de que a verdade vai doer para muitos e muitos não querem que ela apareça”. Esta foi a avaliação do procurador da República Pedro Taques, ao sair da sessão da CPI dos Bingos. O procurador compareceu à CPI para depor como convidado, porém a sessão foi encerrada antes do seu depoimento. Taques chegou a cogitar a existência de um acordo para interromper os depoimentos.

“Eu não me ofereci para prestar depoimento na CPI, eu tenho muito mais o que fazer do que viajar para Brasília. Eu fui convidado para falar na CPI sobre bingo e organização criminosa, vim para falar sobre isso, não me ouviram, com certeza devem ter seus motivos. Respeito os motivos, mas com eles eu não concordo, porque a verdade tem que aparecer”, desabafou o procurador.

Taques destacou que a estratégia utilizada por Antero, que fez várias acusações contra o juiz, sendo que o PSDB chegou a pedir a sua suspeição no processo que investiga a ligação do crime organizado com políticos em Mato Grosso, é muito utilizada por organizações criminosas como as máfias italiana e colombiana. “Isso é uma tática já muito utilizada, a de tentar desqualificar quem está investigando e quem está julgando”, assegurou.

O senador Arthur Virgílio (PSDB), ao ouvir as declarações de Taques sobre um possível acordo para interromper os depoimentos, comunicou a ele que vai convidá-lo novamente para depor, possivelmente na próxima semana.

O presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PE), no entanto, afirmou que não há previsão de data para uma nova convocação. Taques foi um dos responsáveis por desbaratar o crime organizado no Estado, quando atuava como procurador da República.

Atualmente o procurador está no Ministério Público Federal de São Paulo. (MR)