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Politica Brasil
Quinta - 16 de Fevereiro de 2006 às 07:44

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Marcados para as 10h de hoje, os depoimentos do juiz federal Julier Sebastião da Silva e do procurador da República Pedro Taques na CPI dos Bingos do Senado Federal prometem esclarecer denúncias a respeito do envolvimento de políticos com a jogatina. Os depoentes prometem falar sobre as supostas ligações do crime organizado em Mato Grosso com a campanha tucana de 2002, quando o senador Antero Paes de Barros disputou o governo do Estado. Por outro lado, o senador Antero, que é membro da CPI, acusa o juiz federal de ser um “petista de toga” e move um processo contra o magistrado por injúria, calúnia e difamação. Esta será a primeira vez que os três estarão frente à frente.

Para o juiz Julier, o depoimento na CPI dos Bingos não gera nenhuma expectativa. O fato de ser interrogado pelo senador Antero, desafeto declarado de Julier, segundo ele, não altera nada. “Estou na condição de convidado, e quando você convida alguém você deve tratar bem”, ironizou o magistrado. Julier afirmou que estará disponível para esclarecer qualquer duvida a respeito do que foi investigado na Máfia dos Bingos. “Vou fazer referência inclusive à ligação do dinheiro da Máfia com campanhas políticas. Tudo o que for público nos processos eu colocarei à disposição da CPI”, garantiu.

A ligação de políticos com a jogatina, de acordo com as denúncias, se dava por meio do esquema patrocinado pelo bicheiro João Arcanjo Ribeiro, o “comendador”, condenado por Julier a 37 anos de prisão por lavagem de dinheiro e comando de organização criminosa. Preso no Uruguai desde 2003, Arcanjo teria financiado a campanha de Antero ao governo. Conforme depoimento de Luiz Alberto Dondo Gonçalves, ex-contador de Arcanjo, 5,7 milhões teriam sido repassados para a campanha tucana.

EXPECTATIVA PETISTA - Para ao senador Antero, no entanto, a maior expectativa quanto aos depoimentos de Julier é do PT. “O PT colocou o Julier não para esclarecer as questões dos bingos, mas para ver se consegue produzir um dossiê Antero”, argumentou ao falar que não sabe se o magistrado teria contribuições a fazer para a CPI dos Bingos. Para o senador, Julier não teria sido convidado a depor se ele não fosse membro da CPI.

“Eu vou estar sereno e tranquilo. Em princípio vou ouvir, qualquer questionamento será feito em cima do que ele disser”, ponderou. O senador avaliou ainda que o depoimento vai proporcionar um debate elevado e disse ter a certeza de que Mato Grosso vai reafirmar os conceitos sobre o senador que elegeu.

De acordo com informações do Senado, os depoentes foram convidados para falar sobre a mais recente linha de investigação na apuração da morte do petista Celso Daniel: a possível participação de João Arcanjo no assassinato do prefeito de Santo André (SP), ocorrido em janeiro de 2002. Nas investigações levadas à frente por Taques e Julier, aparece o nome do empresário Ronan Maria Pinto, apontado como um dos cabeças do esquema de corrupção em Santo André. Além disso, há suspeita de que Ronan seja sócio de Arcanjo em empresas com sede em Cuiabá.




Fonte: Diário de Cuiabá

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