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Politica Brasil
Sábado - 11 de Fevereiro de 2006 às 07:51

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Extrair ilegalmente e contrabandear diamantes. Esta era a especialidade da quadrilha desmantelada ontem pela Polícia Federal em Mato Grosso, Minas Gerais e Rondônia, após um ano e meio de investigações. Seis pessoas foram presas durante a "Operação Carbono" em Belo Horizonte, capital mineira. Entre os foragidos, um mora em Cuiabá e está sendo procurado.

Segundo a Polícia Federal, a quadrilha conseguia as pedras em Mato Grosso e Rondônia, extraídas ilegalmente na reserva Roosevelt, dos índios cinta-larga, que fica na divisa entre os dois estados. O delegado Toni Gean Barbosa, da PF de Mato Grosso, informa que está sendo procurado o empresário do ramo de locação de veículos, Paulo Cavalcanti Traven, que mora em Cuiabá, no luxuoso edifício Boungaville, na avenida do CPA. Na empresa e na casa dele foram feitas buscas e apreensões a documentos que possam subsidiar as investigações e provar os crimes.

O advogado dele, Irineu Pedro Muhl, entrou na segunda-feira (6), com pedido de habeas corpus, em favor do seu cliente e contra a Polícia Federal. Mas não explicou se já havia a suspeita de que ele seria preso. Segundo o advogado, Traven atua principalmente com mineração, mas não quis revelar o nome da empresa dele, que estaria "viajando a trabalho". Em Belo Horizonte, as pedras, que também vinham de Serra Leoa, na costa da África, de acordo com indícios, eram certificadas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Depois disso, iam para a Bélgica. Entres os presos está o chefe do DNPM, em Minas, Luiz Eduardo Machado de Castro.

A quadrilha, conforme a PF, para se manter, também é acusada de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, evasão de divisas e outros crimes.

A investigação conjunta da PF e Ministério Público Federal contou com o apoio da Receita Federal. Mandados de prisão e busca e apreensão foram expedidos pela 4ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte. O chefe do DNPM mineiro foi preso durante a madrugada, em Coramandel, na região mineira do Alto Paranaíba. Castro é suspeito de facilitar a emissão ilegal para a quadrilha do Certificado Kimberley, documento que atesta a origem e a regularização na extração das pedras. Em Belo Horizonte foram presas quatro pessoas: Patrícia Santos Pompeu Magalhães, Viviane Albertino Santos, Daniel Carneiro Pires e Mateus Ribeiro da Silva. Este último seria o contador do grupo e com ele, de acordo com a PF, foi apreendida uma maleta com cerca de US$ 250 mil. O empresário Leandro Márcio dos Santos foi preso em Búzios, no Rio de Janeiro. Até o início da tarde de ontem pelo menos três mandados de prisão ainda não haviam sido cumpridos, inclusive o de Traven. Entre os foragidos está Hassan Ahmad, apontado pela PF como o líder do esquema criminoso, junto com Viviane Albertino.

Foram apreendidos também pedras preciosas e documentos em cerca de 40 endereços.




Fonte: Gazeta Digital

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