Conselho de Ética absolve Henry

Nove votos a cinco impediram ontem a aprovação do relatório do deputado Orlando Fantanzzini (PSOL-SP) que pedia, no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, a cassação do mandato do federal mato-grossense Pedro Henry. A votação terminou por volta das 19 horas, horário de Brasília, e o federal, depois de falar com jornalistas e atender a alguns telefonemas de correligionários, decidiu se recolher com a mulher e o filho. "Ele quis ficar isolado para poder descarregar toda a adrenalina dos últimos acontecimentos", disse por telefone o deputado Chico Daltro, presidente do diretório regional do PP, que estava em Brasília acompanhando tudo.

Um novo relatório onde se pede a absolvição de Henry foi composto pelo Conselho de Ética e será levado à votação do plenário da Câmara. Para Fatanzzini, ficou claro que se estendeu para o Conselho de Ética o famoso acordão que vinha sendo divulgado pela imprensa que aconteceria na votação do plenário. O relator se referiu à votação em bloco do PFL, PT e PSDB em favor de Henry.

"A imprensa já vinha denunciando esse acordão. Mas o que mais me causou estranheza foi o comportamento dos parlamentares que votaram pela cassação de José Dirceu e agora mudaram o discurso". Segundo Fantazzini, os elementos apontados no relatório contra Pedro Henry são até mais graves do que os imputados à Dirceu e mesmo assim os membros do conselho usaram dois pesos e duas medidas.

Defendendo Henry, Chico Daltro frisou já esperar o resultado favorável. De acordo com ele, pela falta de provas contra o mato-grossense. "Os deputados que votaram pela inocência de Henry foram enfáticos em assegurar a postura política limpa dele e, de forma inédita, derrubaram o parecer do relator", comemorou. Daltro ponderou ainda que as argumentações contrárias foram superficiais.

O presidente regional do PP frisou, como vinha dizendo antes, que a candidatura ao Senado de Henry sai fortalecida e as lideranças ligadas a ele já estariam demonstrando isso.