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Politica Brasil
Sexta - 10 de Fevereiro de 2006 às 07:40

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O depoimento do ex-presidente do PT, procurador do Estado Alexandre Luiz Cesar, ontem à Polícia Federal (PF) durou 4h24. O petista culpou o ex-tesoureiro da direção nacional, Delúbio Soares, pela confusão bancária nas contas da legenda. Ele sustentou, antes de entrar para depor às 9h06 e na saída da superintendência da PF às 13h30, que não existiu caixa 2 na sua campanha à prefeitura de Cuiabá em 2004.

O petista também atribuiu as denúncias de supostos gastos não declarados na campanha aos adversários. O delegado Renato Sayão, responsável pelo inquérito, disse que há possibilidade de concluir os trabalhos ainda este mês.

Como o processo corre em sigilo de Justiça, após o depoimento, o delegado avisou que não podia falar nada do conteúdo. Sayão apenas adiantou que o depoimento foi esclarecedor. “Não posso ficar antecipando”, avisou Renato quando questionado sobre as impressões das declarações do petista.

À imprensa, Alexandre explicou que, quando reassumiu a presidência do PT, em janeiro de 2005, após afastamento para disputar a prefeitura de Cuiabá, “recebeu a orientação equivocada de Delúbio Soares para consolidar as dívidas” de forma a facilitar os repasses dos recursos às direções estaduais do PT, conforme entendimento inicial com a direção nacional.

A consolidação das dívidas, explicou Cesar, facilitaria o entendimento da direção nacional do PT sobre o repasse abrangendo todos os diretórios municipais, apenas para as direções estaduais. Em Mato Grosso o partido disputou o pleito de 2004 em 43 municípios. Os repasses prometidos pelo Diretório Nacional não foram cumpridos.

Depois de consolidar as dívidas de campanha com as dos diretórios, diz Alexandre, verificou-se a incorreção. Segundo ele, documentos foram deixados para anexar nas investigações da PF. Entre os documentos, o petista citou cópias de cheques. O ex-presidente, além de sustentar a negativa de caixa dois, acrescentou que nunca foram sonegadas informações. As dívidas do partido com fornecedores somam R$ 3,8 milhões.

Acrescentou ainda que as dívidas da sua campanha à prefeitura da Capital somam R$ 900 mil, conforme declarado à Justiça Eleitoral. Ele declarou gastos de pouco mais de R$ 2 milhões. Ele não descarta trama política para o desgaste que vem sofrendo. Há também uma pendência de uma dívida de R$ 501 mil, cobrada na Justiça do Trabalho pela marqueteiro Whalter Dorighelo.

“É óbvio que o crescimento do PT provocou incômodo e, como está próximo de um novo pleito, houve todo este ataque. E tanto o advogado dele (do marqueteiro) apoiou o meu adversário que a esposa desse advogado ocupa cargo de comissão”, desabafou o petista, se referindo ao presidente da OAB de Mato Grosso, Francisco Faiad, que é advogado de Dorighelo. A esposa de Faiad, Tânia Faiad, integra o quadro de procuradores da prefeitura de Cuiabá.

Por último, Cesar esclareceu que as dívidas se referem aos vários materiais produzidos pelo partido e campanhas institucionais que atingiram todo o Estado. Ele demonstrou tranqüilidade o tempo todo. Chegou à sede da PF sozinho, mas companheiros do PT o aguardavam na frente do prédio.




Fonte: Diário de Cuiabá

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