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Meio Ambiente
Quarta - 08 de Fevereiro de 2006 às 12:00

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O estilo de vida prejudicial à saúde, um ambiente familiar instável e o estresse podem estar contribuindo para a redução na idade em que as meninas chegam à puberdade, segundo pesquisa do psicólogo britânico Aric Sigman. O estudo constatou que as meninas estão chegando à puberdade 18 meses antes de suas mães e quase dois anos antes de suas avós.

O psicólogo descobriu que a puberdade nas meninas está começando aos 10 e três meses de idade em média. As constatações do psicólogo reforçam os resultados de uma pesquisa de cientistas de Bristol, publicada em 2000, que sugere que a "puberdade precoce" é uma tendência crescente.

Hormônio leptin

O estudo dos cientistas de Bristol sugere que uma em cada seis meninas chega à puberdade antes dos oito anos. Uma das teorias para explicar isso é que a puberdade é provocada pelo hormônio leptin, produzido pelo tecido gorduroso.

As meninas estão ficando mais pesadas a cada geração e, como carregam maiores níveis de gordura, tendem a portar também maiores níveis de leptin. O estudo de Sigman avaliou três gerações de unidades familiares, cada uma com uma filha de 16 a 20 anos, uma mãe com idade entre 40 e 50 anos e uma avó de 65 a 75 anos.

Eles constataram que a geração mais nova come muito mais doces e comida pouco saudável do que suas antecessoras e muito menos frutas e verduras. As jovens de hoje também tendem a sair mais de carro do que a pé, ficar muito mais tempo "em cima do sofá" e fazer pouco exercício.

A combinação de uma alimentação ruim e vida sedentária está aumentando os índices de obesidade, disse Sigman.

Estresse O psicólogo também encontrou evidências de que muito estresse em casa aumenta a probabilidade da puberdade precoce. Segundo ele, isso pode ser uma resposta dentro de um velho padrão do processo de evolução da espécie.

"Se uma menina sente que seu ambiente é instável, pode ser que um mecanismo do processo de evolução seja acionado para assegurar que os genes sejam transmitidos mais cedo", disse Sigman.

Há evidências que sugerem que a puberdade chega mais cedo para meninas que moram com o pai adotivo. Isso pode ser, segundo os estudos, devido à exposição aos aromas químicos do padastro, chamado feromônios, que provavelmente têm um efeito mais profundo do que aqueles associados ao pai biológico.

Ele disse que sempre se supôs que a puberdade era um fenômeno puramente biológico influenciado pela genética. "Realmente não pensávamos sobre a possibilidade de fatores ligados ao estilo de vida influenciarem algo tão primitivo e profundo como a chegada da puberdade, mas pode muito bem ser que eles tenham um impacto", disse.

Tempos difíceis

Segundo Sigman, a puberdade está associada a vários riscos. Por exemplo, as meninas ficam vulneráveis a distúrbios emocionais, como depressão, e problemas de comportamento, como começar a beber, fumar ou tomar drogas.

Ele disse também que as meninas mais moças que começam a amadurecer sexualmente também são menos capazes de controlar seus impulsos do que aquelas que atingem a puberdade mais tarde. Isso pode explicar por que vem aumentando o índice de gravidez na adolescência nos últimos anos.

"Elas tendem a operar dentro do princípio hedonístico de que, se é prazeroso, então deve estar certo", disse. Segundo Sigman, é importante que os pais estejam conscientes de que a puberdade pode chegar mais cedo para suas filhas, e que conversem com elas com antecedência sobre as mudanças que elas podem passar.





Fonte: BBC Brasil

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