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Cultura
Quarta - 08 de Fevereiro de 2006 às 09:15

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São Paulo - Penna Filho faz um belo trabalho ao resgatar a carreira de Ademir da Guia. As imagens são significativas e mostram o estilo do homem – um futebol personalíssimo, com grife, inimitável. Recontrói essa trajetória também através de bons depoimentos. De jogadores, como Dudu, César, Oberdan, Valdir, Gérson, Sócrates, e jornalistas como Juca Kfouri, Alberto Helena Jr. , Armando Nogueira, José Trajano, Fiori Giglioti e Ugo Giorgetti, cineasta e colunista do Estado.

Todos ajudam a reconstruir a memória de um estilo único, refinado a partir já da origem paterna. Ademir é filho de Domingos da Guia, que poucos viram jogar, mas cuja mitologia está presente na literatura do futebol. Mário Filho, em O Negro no Futebol Brasileiro, fala dos “dribles de meio milímetro de Domingos”, de sua impassibilidade dentro da grande área, da maneira como tomava a bola dos adversários e saía sem dar um chutão jamais. Ademir herdou essa serenidade do pai. E aplicou-a no meio de campo, onde reinou soberano por longos 16 anos.

Jogo após jogo, Ademir foi apurando sua arte nos palcos do Parque Antártica, do Pacaembu, do Maracanã. Sua outra virtude era a constância. “Já vi o Pelé jogar mal, mas o Ademir, nunca”, diz o jornalista Alberto Helena Jr.

Só quem não enxergou o engenho, a arte e a regularidade de Ademir foram os responsáveis pela seleção brasileira. Vestiu poucas vezes a amarelinha e foi preterido na Copa de 1966, quando estava no auge. Em 1974 jogou apenas meio tempo, contra a Polônia, na disputa pelo 3.º lugar. “Dos grandes jogadores brasileiros, Ademir foi o mais injustiçado pela seleção”, diz o diretor Penna Filho. O filme tem esse caráter de reparação.





Fonte: Agência Estado

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