Índios de MT reivindicam seus direitos

“Não podemos mais esperar”. Foi esse o principal clamor dos militantes da causa indígena e dos índios presentes nesta segunda, 06 de fevereiro, na Assembléia Legislativa de Mato Grosso, ao ato oficial de entrega do relatório dos povos indígenas, evento presidido pelo deputado Ságuas Moraes, do PT. O ato também marca a retomada das mobilizações indígenas no Estado.

O relatório é uma condensação dos depoimentos e encaminhamentos feitos pelos representantes de 23 etnias indígenas de Mato Grosso, no encontro realizado em Chapada dos Guimarães no período de 22 a 25 de novembro de 2005, numa iniciativa da Organização de Professores Indígenas de Mato Grosso (Oprint), em parceria com outras entidades.

Hoje, os problemas que mais afligem os 39 povos indígenas de Mato Grosso são a falta de demarcação das terras, as invasões de suas propriedades, a inadequada assistência à saúde e o restrito acesso à Educação, ou seja, os direitos deles estão sendo burlados.

O fato da Assembléia Legislativa de Mato Grosso ser escolhida para o lançamento do ato oficial dos povos indígenas foi entendida pelo deputado Ságuas como um marco histórico. ”É a oportunidade de aprofundarmos a temática indígena com os demais deputados”, afirmou.

Assim que retornarem os trabalhos legislativos, a partir de 15 de fevereiro, o parlamentar apresentará o relatório no plenário e ainda o DVD produzido durante o encontro dos povos indígenas, em Chapada. O conteúdo do material reproduz com fidelidade as principais angústias e problemas dos índios de Mato Grosso.

O deputado federal pelo PT de Mato Grosso, Carlos Abicalil, lamentou que alguns agentes públicos estejam fazendo ameaças a indígenas do Estado. “Muitos dos nossos irmãos índios são obrigados a se confessarem empregados e até estrangeiros, uma forma inescrupulosa de os pressionarem a perderem suas terras”, disse o parlamentar.

Edson Bakairi, da Oprint, adiantou que o movimento dos povos indígenas terá novo ânimo a partir de 2006. “Queremos discutir uma política de futuro. Também podemos ajudar na transformação do Brasil”, afiançou.