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Internacional
Domingo - 05 de Fevereiro de 2006 às 13:20

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Washington - O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, comemorou a decisão tomada hoje pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de remeter o tema do programa nuclear iraniano ao Conselho de Segurança da ONU e afirmou que o mundo não tolerará as ameaças e encobrimentos do Governo de Teerã.

Em comunicado emitido desde seu rancho em Crawford (Texas), Bush disse esperar que o principal órgão executivo das Nações Unidas exija que Teerã suspenda o enriquecimento e reprocessamento de material atômico, que coopere totalmente com a AIEA e que volte a negociar com o Reino Unido, França e Alemanha, que representam a União Européia nas negociações.

"Esses passos são necessários para que o regime iraniano comece a restabelecer alguma confiança de que não tenta obter armas nucleares sob a cobertura de um programa civil", disse Bush.

Teerã afirma que seu programa nuclear tem como único objetivo produzir eletricidade.

O presidente destacou o significado da decisão tomada pelo Conselho de Governadores da AIEA de remeter o assunto do programa nuclear iraniano ao Conselho de Segurança.

"Este passo importante envia uma mensagem clara ao Irã de que o mundo não permitirá ao regime iraniano obter armas nucleares", afirmou o presidente dos Estados Unidos.

Esse voto "não é o fim da diplomacia", mas o princípio de "um esforço diplomático intensificado".

No entanto, Bush já advertiu que "o caminho escolhido pelos novos líderes do Irã - ameaças, encobrimentos, ruptura de acordos internacionais e dos selos da AIEA (nas instalações nucleares) - não terá êxito e não será tolerado pela comunidade internacional".

A declaração de Bush se uniu a outra emitida hoje pela secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, na qual alertou o Irã de que o mundo "não ficará quieto" diante de seu programa nuclear.

Destacou que "a grande maioria" obtida pela resolução da AIEA "revela a preocupação de toda a comunidade internacional".

O resultado da votação foi de 27 a favor e três contra, Venezuela, Cuba e Síria, países que o secretário de Estado adjunto para Assuntos Políticos, Nicholas Burns, definiu como "o bando de três". O Irã "não tem outros defensores no mundo", declarou Burns à imprensa.

Enquanto isso, em entrevista à rede de televisão CNN desde Munique, onde participa de uma conferência de segurança, o republicano John McCain, um dos senadores mais poderosos dos EUA, pediu à Casa Branca que adote uma linha dura contra Teerã.

"A opção da ação militar não pode ser descartada", disse hoje o senador, embora tenha esclarecido que este seria o último recurso, se todos os outros meios não conseguirem impedir que o Irã produza uma bomba atômica.

Um Irã nuclear "desestabilizaria todo o Oriente Médio e talvez ajudasse o país a cumprir sua promessa de destruir o Estado de Israel", alertou McCain.

"Espero que a Rússia e a China entendam no Conselho de Segurança da ONU que temos que impor sanções, a menos que os iranianos interrompam seus esforços" nucleares, afirmou.

Na mesma conferência em Munique, o Secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, também enfatizou o perigo que o Irã representa.

"O Governo iraniano é o principal patrocinador do terrorismo. O mundo não quer um Irã nuclear e tem que trabalhar para impedi-lo", disse em um discurso.

No entanto, o chefe do Pentágono não mencionou a opção militar e disse que o mundo deve colaborar para conseguir uma "solução diplomática" ao conflito.

Washington tinha insistido que a AIEA enviasse o caso iraniano imediatamente ao Conselho de Segurança da ONU.



No entanto, cedeu à insistência da Rússia e China em dar ao Irã um mês para dar mostras de moderação antes que o tema chegue ao principal órgão da ONU.

Nesse período, EUA e a UE terão que convencer esses dois países a abandonarem suas reservas e votarem contra o Irã se Teerã não mudar seus planos nucleares.

Uma resolução do Conselho de Segurança requer o apoio de pelo menos nove de seus quinze membros e que não haja veto dos países com assento permanente no órgão (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China).





Fonte: EFE

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