Bobsled brasileiro se infiltra entre campeões

Um país de clima tropical, onde a neve é algo exótico, consegue, contra todos os prognósticos, se classificar para a Olimpíada de Inverno na prova do bobsled, uma espécie de trenó para quatro atletas que desce uma rampa de gelo em alta velocidade. Você já ouviu falar nessa história? Caso a resposta seja negativa, basta assistir ao filme Jamaica Abaixo de Zero ou a Olimpíada de Inverno de Turim-2006, que começa na próxima sexta-feira.

Enquanto no cinema os jamaicanos emocionavam os espectadores com a participação nos Jogos, neste ano são os brasileiros que entram em cena na vida real. A equipe brasileira conquistou a vaga no último dia 22 de janeiro ao vencer a Copa Challenge, realizada na Alemanha.

O Brasil será o único país tropical a participar do bobsled de quatro atletas em Turim, desbancando concorrentes como a própria Jamaica, famosa pelo filme, além de México, Grécia e Austrália.

Contudo, não é uma aventura inédita. Em 2002, nos Jogos de Salt Lake City (EUA), o quarteto brasileiro já marcou presença e ganhou o apelido de "Frozen Bananas" (Bananas Congeladas), já que a cor do trenó era predominantemente amarela. Na ocasião, o Brasil ficou em 27º.

"O critério de qualificação ficou bem mais difícil desde 2002, mas mesmo assim conseguimos provar que temos nível para estar lá em Turim", afirma Eric Maleson, presidente da Confederação Brasileira de Desportos no gelo, que também é reserva na equipe de bobsled.

Além de Maleson, Ricardo Raschini, Márcio Silva, Armando Santos, Edson Luques Bindilatti e Claudinei Quirino (dono de medalhas de prata e bronze em Jogos Olímpicos de verão no revezamento 4x100m) também fazem parte do time.

O apelido "Frozen Banana Team" passou a acompanhar a equipe brasileira de bobsled em competições internacionais. Com ele, o Brasil conquistou mais visibilidade e reconhecimento. A comunidade olímpica internacional destaca, desde então, o esforço e o entusiasmo dos brasileiros.