Repórter News - reporternews.com.br
Noticias da TV
Quinta - 02 de Fevereiro de 2006 às 16:52

    Imprimir


Matéria com embargo até a 00h00 de domingo, 5/02/06///= (FOTOS) = LOS ANGELES, 5 fev (AFP) - Os filmes que competirão este ano nas principais categorias do Oscar, como "O Segredo de Brokeback Mountain", "Capote", "Crash - No Limite" e "Boa Noite e Boa Sorte", enfocam aspectos crus da vida real, desprezando àquela Hollywood de fantasia e rica em efeitos especiais que foi um fracasso de bilheteria em 2005. Dos filmes selecionados pelos 5.800 membros da Academia de Artes e Ciências de Hollywood para disputar o Oscar de melhor filme na 78ª cerimônia de entrega dos prêmios no próximo 5 de março, só "Munique", do consagrado Steven Spielberg, foi realizado no poderoso estúdio Universal-Dreamworks, cuja segunda empresa da fusão foi fundada pelo próprio cineasta.

Os outros quatro - "Brokeback Mountain" (8 indicações), do taiwanês Ang Lee; "Capote" (5), de Bennett Miller, "Boa Noite e Boa Sorte" (6), de George Clooney, e "Crash" (6), de Paul Haggis - saíram de divisões pequenas de grandes estúdios ou, no caso de "Crash", de uma casa completamente independente, sem dinheiro para a distribuição, razão pela qual seu sucesso deveu-se ao antigo método da propaganda boca a boca.

Os cinco filmes que aspiram às principais categorias do Oscar abordam temas polêmicos: tensões sociais em "Crash", homossexualidade em "Brokeback Mountain", ambigüidade moral em "Capote", a oposição dos meios a uma linha ideológica no caso de "Boa Noite e Boa Sorte", assim como o terrorismo, em "Munique".

Até mesmo "Memórias de uma Gueixa", adaptação para o cinema do best-seller homônimo que obteve seis indicações, fala de uma cultura, contando a vida de uma menina pobre que se transforma na gueixa mais desejada de sua época.

A seleção da Academia se define como uma mensagem clara a esta indústria, que "insiste em fazer ''remakes'' e seqüências recordistas de bilheteria sem novas idéias", explica à AFP Tom O''Neil, especialista em prêmios de Hollywood e colunista do site especializado "TheEnvelope.com", referindo-se, entre outros, à versão para o cinema de séries de sucesso nos anos 1960 como "A Feiticeira" (Bewitched) e "Os Gatões" (The Dukes of Hazzard).

Isto explicaria o porquê de terem ficado de fora produções que se anunciaram com pompa e circunstância como o último filme da saga "Guerra nas Estrelas", de George Lucas, "Guerra dos Mundos", de Spielberg, e "King Kong", do neozelandês Peter Jackson, que só obtiveram indicações nas categorias técnicas.

Outro filme que teve um bom desempenho na terça-feira foi "O Jardineiro Fiel", adaptação do livro de John Le Carré, dirigida pelo brasileiro Fernando Meirelles, que recebeu quatro indicações.

O longa, que se posiciona como favorito para o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante para a britânica Rachel Weisz, denuncia através de uma história de amor o uso que grandes laboratórios farmacêuticos fazem da população africana para testar medicamentos.

"O que a Academia disse (na terça-feira) foi que os melhores filmes de 2005 são de produtores modestos, cineastas independentes e não necessariamente das máquinas de grandes orçamentos de Hollywood", reforça em declarações à AFP Gitesh Pandya, especialista do setor e colunista do site boxofficeguru.com.

Quando olhamos para 2005 "se percebe uma inundação de seqüências e ''remakes''", acrescenta Pandya, explicando uma razão já mencionada para justificar a queda vertiginosa e sem precedentes da bilheteria desde 1997, que esteve em torno de 5% com relação a 2004.

Mas o especialista adverte que estes são "altos e baixos" típicos nos últimos anos do Oscar, que ora enche de prêmios superproduções como "Titanic" (1997), ora consagra trabalhos mais modestos, porém intensos como "Beleza Americana" (1999). pb/mvv/sd AFP 021712 FEB 06




Fonte: AFP

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/321124/visualizar/