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Meio Ambiente
Quinta - 02 de Fevereiro de 2006 às 14:37

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Uma equipe do Centro Europeu de Previsões Climatológicas no Reino Unido criou um novo programa que permite saber com cinco meses de antecedência qual será a incidência de uma epidemia de malária em uma região específica. Os resultados da pesquisa, que será publicada amanhã na revista Nature, indicam que o novo modelo climático é capaz de realizar um prognóstico "muito confiável" sobre as precipitações em uma zona semi-árida durante um período de seis meses e, a partir destes dados, prever as proporções de uma pandemia na região.

O cientista espanhol Francisco Doblas, integrante da equipe que realizou a pesquisa, explicou que a abundância das precipitações é um fator determinante para o desenvolvimento dos mosquitos que transmitem a malária em zonas semi-áridas de países como a Etiópia e o Sudão e em outras regiões da África Subsaariana.

Para realizar os cálculos, o programa considera o período necessário para o desenvolvimento do parasita da malária, que gira em torno de seis semanas a dois meses.

Os resultados obtidos a partir deste novo programa serão utilizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde de Botsuana para minimizar o impacto de algumas epidemias de malária, inclusive antes que aconteçam.

No entanto, indicou Doblas, a tecnologia desenvolvida não servirá para estudar as zonas nas quais a doença é pandêmica, já que nestes casos as chuvas são um fator a mais entre vários outros que contribuem para a difusão da malária.

Os pesquisadores comprovaram o êxito do modelo depois de realizarem uma análise das epidemias de malária registradas em Botsuana no período de 1982 a 2000.

Doblas e seus colegas consideram que a descoberta contribuirá para tornar os inseticidas empregados na erradicação da doença mais eficientes, já que poderão ser utilizados de forma "seletiva e estratégica".

Mais de um milhão de pessoas morrem ao ano por causa da malária, a maior parte delas crianças da África Subsaariana, enquanto cerca de 350 a 500 milhões de pessoas adoecem com o vírus.





Fonte: EFE

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