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Réquiem para a verticalização
Quarta-feira última, no plenário da Câmara dos Deputados transformado em picadeiro, os saltimbancos do circo mambembe em que se tornou aquela casa fizeram festa com direito a gritos, aplausos e papel picado. Eufóricos nossos ilustres parlamentares comemoraram o começo do fim da verticalização por eles decretado por mais de três centenas de votos. Certamente que na próxima votação o placar não será menor e teremos a verticalização finalmente enterrada com toda a pompa.
Com esta decisão, os congressistas deste país de Macunaíma demonstraram, mais uma vez, sua total despreocupação com o aperfeiçoamento da nossa incipiente democracia. A medida do TSE verticalizando as coligações partidárias, apesar da gritaria dos políticos e dos “jeitinhos” utilizados para neutralizar seus efeitos, contribuiu para diminuir a promiscuidade ideológica que tem viciado as alianças entre os partidos e abastardado o processo eleitoral com uniões esdrúxulas de correntes políticas heterogêneas e historicamente antagônicas.
É bem verdade que a verticalização nasceu contaminada com o vírus da inoportunidade que, à época, a transformou em um autêntico e condenável casuísmo que alterou as regras do jogo pouco antes de iniciada a partida, provocando turbulências no processo sucessório então em andamento. Mas, em que pese esse vício de origem, a medida do TSE não deve ser encarada como uma excrescência legal inibidora do aperfeiçoamento das práticas político-partidárias e do nosso sistema eleitoral. Ao contrário, deve ser vista como um obstáculo às imposturas que desvirtuam a atuação dos nossos partidos.
A coligação de siglas que professam e defendem ideologias e linhas programáticas conflitantes é uma dessas imposturas. Serve tão-somente para abastardar as agremiações partidárias, levando-as à prática indecente dos concubinatos políticos que apequenam as alianças, dando ensejo aos conchavos escusos e às mancebias eleitorais ditadas pelas circunstâncias impostas pelo poder econômico e pela ambição dos oportunistas. Só os que usam a política como um meio para atingir seus objetivos e defender interesses paroquiais são contra a verticalização e portanto, contrários ao aperfeiçoamento do processo eleitoral e ao fortalecimento dos partidos.
O que nos decepciona e nos leva quase às raias da indignação é constatar que a maioria esmagadora dos nossos deputados e senadores faz parte desse time que defende o retrocesso. Que restabelecendo no processo eleitoral a prática dos conchavos aqui e ali engendrados ao sabor das conveniências de pessoas e grupos, atenta contra a democracia abastardando o processo de escolha e violentando a vontade popular.
Para certos partidos e a maioria dos nossos políticos é melhor andar mal acompanhados do que ficar sozinhos. O importante é chegar ao poder mesmo por vias travessas. Para se atravessar com segurança o Raso da Catarina, nada mais prudente do que acompanhado de Lampião. Bem mais atraentes do que o casto sorriso da donzela são os lábios carnudos da bonita marafona. Assim pensaram os nossos ilustres e pragmáticos deputados derrubando a verticalização. No próximo pleito teremos mais um alegre festim da promiscuidade ideológica no leito espúrio do cinismo eleitoral
Com esta decisão, os congressistas deste país de Macunaíma demonstraram, mais uma vez, sua total despreocupação com o aperfeiçoamento da nossa incipiente democracia. A medida do TSE verticalizando as coligações partidárias, apesar da gritaria dos políticos e dos “jeitinhos” utilizados para neutralizar seus efeitos, contribuiu para diminuir a promiscuidade ideológica que tem viciado as alianças entre os partidos e abastardado o processo eleitoral com uniões esdrúxulas de correntes políticas heterogêneas e historicamente antagônicas.
É bem verdade que a verticalização nasceu contaminada com o vírus da inoportunidade que, à época, a transformou em um autêntico e condenável casuísmo que alterou as regras do jogo pouco antes de iniciada a partida, provocando turbulências no processo sucessório então em andamento. Mas, em que pese esse vício de origem, a medida do TSE não deve ser encarada como uma excrescência legal inibidora do aperfeiçoamento das práticas político-partidárias e do nosso sistema eleitoral. Ao contrário, deve ser vista como um obstáculo às imposturas que desvirtuam a atuação dos nossos partidos.
A coligação de siglas que professam e defendem ideologias e linhas programáticas conflitantes é uma dessas imposturas. Serve tão-somente para abastardar as agremiações partidárias, levando-as à prática indecente dos concubinatos políticos que apequenam as alianças, dando ensejo aos conchavos escusos e às mancebias eleitorais ditadas pelas circunstâncias impostas pelo poder econômico e pela ambição dos oportunistas. Só os que usam a política como um meio para atingir seus objetivos e defender interesses paroquiais são contra a verticalização e portanto, contrários ao aperfeiçoamento do processo eleitoral e ao fortalecimento dos partidos.
O que nos decepciona e nos leva quase às raias da indignação é constatar que a maioria esmagadora dos nossos deputados e senadores faz parte desse time que defende o retrocesso. Que restabelecendo no processo eleitoral a prática dos conchavos aqui e ali engendrados ao sabor das conveniências de pessoas e grupos, atenta contra a democracia abastardando o processo de escolha e violentando a vontade popular.
Para certos partidos e a maioria dos nossos políticos é melhor andar mal acompanhados do que ficar sozinhos. O importante é chegar ao poder mesmo por vias travessas. Para se atravessar com segurança o Raso da Catarina, nada mais prudente do que acompanhado de Lampião. Bem mais atraentes do que o casto sorriso da donzela são os lábios carnudos da bonita marafona. Assim pensaram os nossos ilustres e pragmáticos deputados derrubando a verticalização. No próximo pleito teremos mais um alegre festim da promiscuidade ideológica no leito espúrio do cinismo eleitoral
Fonte:
Da Assessoria
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/321558/visualizar/
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