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Cultura
Quarta - 01 de Fevereiro de 2006 às 07:29

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Rio - O Conselho Comunitário de Segurança de Copacabana entregou ao Ministério Público Estadual um ofício, pedindo que uma série de providências sejam tomadas antes do show dos Rolling Stones, na Praia de Copacabana. A entidade entregou também o atestado de "nada a opor" à Polícia Militar - o documento era uma das exigências feitas pelo Estado-Maior da PM para autorizar o evento.

"Entendemos a importância de um show como esse para a imagem da cidade. Mas queremos que a prefeitura entenda também que eventos desse porte são um transtorno para os moradores do bairro, que em nenhum momento foram ouvidos. A prefeitura poderia ter colhido sugestões, para subsidiar suas ações, mas não o fez", afirmou o vice-presidente do conselho e presidente da Associação de Amigos de Copacabana, Horácio Magalhães.

Diante da intransigência da Prefeitura em discutir com os moradores, o conselho encaminhou o ofício à Promotoria de Meio Ambiente para que esta intervenha, a exemplo do que ocorreu no show da banda Skank, no Aterro do Flamengo, em 20 de janeiro, quando a organização do evento teve de assinar um Termo de Ajustamento de Conduta com o MP. Entre as cláusulas, uma delas determinava a redução da potência das caixas de som à metade.

Entre os pedidos feitos pelo conselho estão a instalação de câmeras de vigilância, monitoradas pela PM, a fim de que em caso de tumulto os envolvidos possam ser identificados, planejamento estratégico do trânsito para evitar o caos nas ruas de Copacabana antes e depois do show, fiscalização ao estacionamento irregular, banheiros químicos em quantidade proporcional ao público esperado e contratação de segurança privada para proteger os equipamentos, para que a PM se ocupe apenas da segurança pública. "No show do Lenny Kravitz, em março passado, pessoas escalavam os geradores e havia apenas policiais militares para proteger o equipamento", lembrou Magalhães. "Esse evento terá a magnitude do Réveillon. Só que na virada do ano há vários eventos ocorrendo na cidade. Dessa vez é só o show dos Stones. Tudo de bom e de ruim convergirá para Copacabana".

O presidente da Associação de Moradores e Amigos de Copacabana (Amacopa), Synesio D´Almeida Júnior, também criticou a pouca disposição da subsecretária de eventos da prefeitura, Ana Maria Maia, de discutir com os moradores. "Esse tipo de show é uma calamidade para o morador. Já estamos acostumados com o Réveillon, mas esses eventos não podem virar a rotina de Copacabana. O show será realizado à revelia da comunidade", afirmou.

Ana Maria Maia irritou-se com a iniciativa dos moradores, que encaminharam o ofício ao MP. "O presidente da República, o governador do Estado, o prefeito, que receberam milhares de votos, precisam se submeter a um conselho comunitário? Se não querem o show, que embarguem. Mas que paguem a multa contratual de 40% sobre US$ 4,5 milhões. Espero que tenham o dinheiro para pagar o rompimento do contrato", disse.





Fonte: Agência Estado

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