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Apenas cem milhões de reais...
A pretexto de não interromper o já enfadonho show das CPIs para não dar férias à crise, como exigia a oposição enraivecida que atiça o fogo de monturo desses tribunais de exceção que há meses fustigam o governo, nosso Congresso foi convocado extraordinariamente para mostrar serviço fingindo fazer o que deixou de ser feito durante todo o ano. Os cardeais do Senado e da Câmara, unidos aos noviços do baixo clero pelo mesmo interesse nada católico e muito menos republicano, exigiram a suspensão do recesso parlamentar e se dispuseram a continuar trabalhando sem o costumeiro descanso pelo bem deste país de Alice.
O gesto até seria nobre se não cheirasse a esperteza e não fosse regiamente remunerado. O “despreendimento” dos nossos pais da pátria amada, abnegados representantes do povão e zelosos paladinos da ética e da moralidade vai custar bem caro ao país. Nada menos do que a bagatela de cem milhões de reais vai ser gasta extraordinariamente com esta convocação desnecessária. Pelo esforço patriótico, cada um desses varões de Plutarco do nosso Congresso mercenário receberá dois salários extras, o que não deixa de ser um generoso incentivo a tanta abnegação.
Entretanto, embora convocados há mais de trinta dias, tanto o Senado quanto a Câmara continuam às moscas e apenas uma matéria foi aprovada pelos ilustres parlamentares. Até mesmo as CPIs, em função das quais os oposicionistas exigiram a tal convocação, mantiveram suas salas fechadas e só agora estão de volta ao trabalho. Diante dessa ociosidade bem remunerada, desconfiamos que nossos congressistas ouviram falar do livro O Ócio Criativo, de Domenico de Masi. Mas, como não leram a obra para conhecer o pensamento do sociólogo italiano, se deixaram embalar pelo título e logo se entregaram a um “dolce far niente” bem pago mas nada criativo.
Porém mais condenável do que esbanjar o dinheiro público é sem dúvida o desrespeito ao povo demonstrado pelos ilustres parlamentares com o descumprimento de suas obrigações, que representa uma afronta à nação e depõe contra a dignidade do Congresso Nacional cuja imagem vem se deteriorando a cada dia aos olhos do país. Enganaram o povo quanto à necessidade da convocação. Pouco importava aos senhores parlamentares que os trabalhos das CPIs sofressem solução de continuidade e matérias importantes mais uma vez deixassem de ser votadas em função do recesso. O importante para eles era receber mais dois salários extras e outras vantagens durante o ócio habitual.
Daí, a convocação extraordinária. Qual o problema? Afinal, o gasto com a brincadeira seria apenas de 100 milhões de reais!
Ao câmbio de hoje, algo próximo a 50 milhões de dólares que
Suas Excelências levariam o Congresso a gastar sem qualquer necessidade.
Imagine toda essa dinheirama em notas de R$ 10.00. Seriam dez milhões de notas que sobrepostas formariam uma pilha de mil metros de altura. Colocadas em fila única, cobririam duas vezes a distância entre Rondonópolis e Goiânia. Com toda essa grana se compraria 3.225 carros zero ou 1.000 apartamentos. O padre Lothar construiria 10 mil casas populares ou durante um ano distribuiria mensalmente 83.333 cestas básicas a um igual número de famílias carentes. Os milhões desperdiçados com a convocação extraordinária dariam para pagar durante 12 meses um salário mínimo a 27.778 desempregados. O que certamente seria mais justo e útil do que financiar a mordomia debochada desses trêfegos e irresponsáveis representantes do povo.
O gesto até seria nobre se não cheirasse a esperteza e não fosse regiamente remunerado. O “despreendimento” dos nossos pais da pátria amada, abnegados representantes do povão e zelosos paladinos da ética e da moralidade vai custar bem caro ao país. Nada menos do que a bagatela de cem milhões de reais vai ser gasta extraordinariamente com esta convocação desnecessária. Pelo esforço patriótico, cada um desses varões de Plutarco do nosso Congresso mercenário receberá dois salários extras, o que não deixa de ser um generoso incentivo a tanta abnegação.
Entretanto, embora convocados há mais de trinta dias, tanto o Senado quanto a Câmara continuam às moscas e apenas uma matéria foi aprovada pelos ilustres parlamentares. Até mesmo as CPIs, em função das quais os oposicionistas exigiram a tal convocação, mantiveram suas salas fechadas e só agora estão de volta ao trabalho. Diante dessa ociosidade bem remunerada, desconfiamos que nossos congressistas ouviram falar do livro O Ócio Criativo, de Domenico de Masi. Mas, como não leram a obra para conhecer o pensamento do sociólogo italiano, se deixaram embalar pelo título e logo se entregaram a um “dolce far niente” bem pago mas nada criativo.
Porém mais condenável do que esbanjar o dinheiro público é sem dúvida o desrespeito ao povo demonstrado pelos ilustres parlamentares com o descumprimento de suas obrigações, que representa uma afronta à nação e depõe contra a dignidade do Congresso Nacional cuja imagem vem se deteriorando a cada dia aos olhos do país. Enganaram o povo quanto à necessidade da convocação. Pouco importava aos senhores parlamentares que os trabalhos das CPIs sofressem solução de continuidade e matérias importantes mais uma vez deixassem de ser votadas em função do recesso. O importante para eles era receber mais dois salários extras e outras vantagens durante o ócio habitual.
Daí, a convocação extraordinária. Qual o problema? Afinal, o gasto com a brincadeira seria apenas de 100 milhões de reais!
Ao câmbio de hoje, algo próximo a 50 milhões de dólares que
Suas Excelências levariam o Congresso a gastar sem qualquer necessidade.
Imagine toda essa dinheirama em notas de R$ 10.00. Seriam dez milhões de notas que sobrepostas formariam uma pilha de mil metros de altura. Colocadas em fila única, cobririam duas vezes a distância entre Rondonópolis e Goiânia. Com toda essa grana se compraria 3.225 carros zero ou 1.000 apartamentos. O padre Lothar construiria 10 mil casas populares ou durante um ano distribuiria mensalmente 83.333 cestas básicas a um igual número de famílias carentes. Os milhões desperdiçados com a convocação extraordinária dariam para pagar durante 12 meses um salário mínimo a 27.778 desempregados. O que certamente seria mais justo e útil do que financiar a mordomia debochada desses trêfegos e irresponsáveis representantes do povo.
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/324098/visualizar/
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