Posse de Mauro significa fim de um ciclo e início da gestão empresarial

   Segundo o cientista, a vitória de Mauro pode ser considerada uma reviravolta no cenário político de Cuiabá porque o empresário será o 1º prefeito sem ligação política com o PSDB desde 1993. O ciclo dos tucanos no Palácio Alencastro iniciou em 1993 com Dante de Oliveira, que foi sucedido pelos correligionários José Meirelles, Roberto França e Wilson Santos. “Francisco Galindo, que é do PTB, assumiu com a renúncia de Wilson Santos. Mesmo sendo petebista, não representou ruptura porque a sigla sempre fez parte do campo político do PSDB”.

   A eleição de Mauro, para o cientista político, significou a derrota história do PSDB na Capital. João Edisom também lembra que os tucanos tentaram retomar a prefeitura com o deputado estadual Guilherme Maluf que obteve votação pífia e ficou na 4ª colocação, atrás do Procurador Mauro (PSOL). “Além de Cuiabá, o enfraquecimento do PSDB no Estado refletiu também no interior já que a legenda saiu vitoriosa em apenas quatro cidades”.

   Com a ascensão de Mauro à prefeitura, o PSB marcou posição no Centro-Oeste. O analista destaca que o desempenho de Mauro, além de consolidá-lo como liderança política, pode servir para fortalecer o projeto do governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), de disputar à presidência da República em 2014. “Eduardo Campos é presidente nacional do PSB, esteve presente na campanha eleitoral de Mauro e almeja o Palácio do Planalto. O bom desempenho de Mauro em Cuiabá pode alavancar essa candidatura nacional”.

   João Edisom, no entanto, não vê com ‘bons olhos’ o modelo de gestão empresarial que Mauro tem dado sinais que implantará na Prefeitura de Cuiabá. Na avaliação do cientista político, gerir o município da mesma maneira que se administra uma empresa pode acarretar insensibilidade às questões sociais. “É positivo enxugar a máquina, atrair investimentos e qualificar profissionais. Mas o risco de privilegiar a área econômica em detrimento da social é muito grande”.

   Para ele, o novo prefeito deu amostra desta “insensibilidade social” ao propor adequações na máquina administrativa, que na prática enfraquecem áreas como Cultura, Esporte e Lazer, além de Juventude. “Mauro Mendes pode ser um grande prefeito, mas precisa compreender que Cuiabá não é uma empresa nem ele foi eleito para ser o patrão da cidade. Ao contrário da empresa, aqueles que destoam do seu projeto precisam ser incluídos e não demitidos”.