Ary considera difícil eleição do próprio primo Jaime

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, ex-deputado Ary Leite de Campos, disse que considera difícil a eleição para o Senado do seu próprio primo, o ex-prefeito de Várzea Grande e ex-governador Jaime Campos (PFL). "Não acredito na candidatura do Jaime para o Senado. Ele não investe financeiramente (na campanha)", comentou Ary, classificando o primo de pão-duro.

As declarações do conselheiro devem acirrar ainda os ânimos na família Campos, que vive racha há vários anos. Os conflitos ficaram evidentes em 2004, quando o filho do conselheiro, deputado Campos Neto, a menos de dois meses das eleições para prefeito de Várzea Grande, renunciou à candidatura, obrigando o PFL a lançar o então vice Wallace Guimarães. Em meio a reviravolta, Wallace teve votação surpreendente. Perdeu para o hoje prefeito Murilo Domingos por menos de 500 votos. À época, Neto acusou traição e falta de apoio do primo Jaime à sua campanha.

O conselheiro desde 1986 afirmou, enquanto aguardava sem atendido na Assembléia Legislativa, que Jaime enfrentará obstáculos na corrida à senatória porque disputará contra adversários fortes, como o deputado Pedro Henry (PP), que tem apoio declarado do governador Blairo Maggi, e provavelmente do senador Antero de Barros (PSDB), para quem "é um candidato de peso e que vai dar trabalho".

O conselheiro comenta que o apoio do governador "vai pesar muito". Entende que, nesse caso, Pedro Henry leva vantagem por ter Maggi como cabo eleitoral, mesmo considerando que o deputado enfrenta desgaste devido ao processo de cassação por suposto quebra de decoro parlamentar. "O Pedro Henry leva vantagem sobre Jaime e, pelo visto, não vai ser cassado", afirma Ary, primo dos irmãos e ex-governadores Jaime e Júlio Campos.

Perguntado sobre quem Blairo Maggi apoiaria caso Henry venha a ser cassado, o que o deixaria inelegível por oito anos, Ary Leite sorriu, ficou em silêncio por cinco segundos e, em seguida, concluiu: "O governador deve ter outro candidato. Pode ser o Percival (Muniz), pode ser o (Otaviano) Pivetta, mas não deve apoiar o Jaime".