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Relator pedirá a cassação de ex-bispo da Universal
Mais um deputado envolvido no escândalo do mensalão ficará a partir desta terça-feira na berlinda. O deputado Chico Alencar (PSol-RJ) vai apresentar, às 15h, no Conselho de Ética o relatório com o pedido de cassação do mandato do deputado Wanderval Santos (PL-SP), ex-bispo da Igreja Universal. O parecer de Alencar deverá ser aprovado, mas a existência de acordos entre os partidos dos parlamentares acusados pode fazer com que, pela primeira vez, o placar de um pedido de cassação seja apertado no conselho.
A negociação que salvou, no plenário da Câmara, o mandato do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG), apontado como beneficiário de R$ 407 mil das contas de Marcos Valério, poderá agir desta vez já no Conselho de Ética, estágio anterior ao julgamento final do plenário. Integrantes do conselho dizem que há sinais de conversas entre os partidos dos 11 acusados de envolvimento com o mensalão para evitar cassações.
Se a articulação funcionar no conselho, Wanderval tem chances de ter até seis votos a seu favor. A avaliação é a de que, como votou a favor de Romeu Queiroz, a deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) poderá votar contra a cassação do ex-bispo. Há cinco petistas que enfrentam processo por quebra de decoro parlamentar. O PP também teria interesse em negociar com o PL de Wanderval a troca de apoio para os deputados do partido sob risco de cassação: o presidente da legenda, Pedro Corrêa (PE)e os ex-líderes Pedro Henry (PP-MT) e José Janene (PP-PR). Os conselheiros Benedito de Lira (PP-AL) e Pedro Canedo (PP-GO) são potenciais votos favoráveis a Wanderval.
Como o PFL também se esforça para salvar o mandato do deputado Roberto Brant (MG), os três pefelistas no Conselho de Ética poderão ajudar Wanderval em troca de apoio para o mineiro. Integrantes do conselho dizem que até as alianças eleitorais nos estados passaram a influir nos processos de cassação. Partidos que pretendem se coligar para eleger candidatos em outubro já ensaiam parcerias.
Desgaste
Mas há empecilhos à negociação. O principal é o fato de o voto no Conselho de Ética ser aberto. Muitos conselheiros não querem se desgastar ao tentar salvar o mandato de um acusado. Preferem deixar para votar conforme seu desejo no plenário, onde o voto é secreto. Outro obstáculo à estratégia é a de que, mesmo que os três partidos apoiem Wanderval, o parecer de Chico Alencar ainda tem chances de ser aprovado com oito votos, o número mínimo exigido para aprovação do relatório. Integrantes do conselho apostam que o ex-bispo terá efetivamente a seu favor quatro votos.
Os demais deputados deverão seguir a recomendação do relator. Alencar espera que a votação ocorra ainda hoje. “A defesa não fez objeção, não vejo motivo para pedido de vista, a não ser como questão protelatória”, critica o relator. Mas os aliados de Wanderval estão preparados para tentar adiar a votação. Se houver pedido de vista, é preciso aguardar duas sessões do plenário. O texto só poderia ser analisado a partir de sexta-feira. “Se eu discordar do relatório, posso pedir explicação ou vista para estudar o parecer”, avisa o deputado José Carlos Araújo (PL-BA), integrante do conselho.
Chico Alencar não antecipa a pena que irá sugerir a Wanderval. Mas pessoas próximas a ele dizem que todas as indicações do deputado fluminense são a de que ele pedirá a cassação. Alencar não deve aceitar a justificativa do ex-bispo de que não tinha conhecimento do saque de R$ 150 mil feito por seu assessor Célio Silveira. Wanderval diz que o assessor sacou o dinheiro a pedido do ex-deputado Bispo Rodrigues, então coordenador da bancada da Igreja Universal. O relator deverá argumentar que nenhum deputado pode submeter seu mandato a outro parlamentar. Por isso, o ex-bispo seria responsável pelas ações de seus funcionários. Defenderá também a idéia de que Wanderval e Rodrigues, na verdade, eram parceiros. Os dois foram sócios em empresas de rádio.
A negociação que salvou, no plenário da Câmara, o mandato do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG), apontado como beneficiário de R$ 407 mil das contas de Marcos Valério, poderá agir desta vez já no Conselho de Ética, estágio anterior ao julgamento final do plenário. Integrantes do conselho dizem que há sinais de conversas entre os partidos dos 11 acusados de envolvimento com o mensalão para evitar cassações.
Se a articulação funcionar no conselho, Wanderval tem chances de ter até seis votos a seu favor. A avaliação é a de que, como votou a favor de Romeu Queiroz, a deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) poderá votar contra a cassação do ex-bispo. Há cinco petistas que enfrentam processo por quebra de decoro parlamentar. O PP também teria interesse em negociar com o PL de Wanderval a troca de apoio para os deputados do partido sob risco de cassação: o presidente da legenda, Pedro Corrêa (PE)e os ex-líderes Pedro Henry (PP-MT) e José Janene (PP-PR). Os conselheiros Benedito de Lira (PP-AL) e Pedro Canedo (PP-GO) são potenciais votos favoráveis a Wanderval.
Como o PFL também se esforça para salvar o mandato do deputado Roberto Brant (MG), os três pefelistas no Conselho de Ética poderão ajudar Wanderval em troca de apoio para o mineiro. Integrantes do conselho dizem que até as alianças eleitorais nos estados passaram a influir nos processos de cassação. Partidos que pretendem se coligar para eleger candidatos em outubro já ensaiam parcerias.
Desgaste
Mas há empecilhos à negociação. O principal é o fato de o voto no Conselho de Ética ser aberto. Muitos conselheiros não querem se desgastar ao tentar salvar o mandato de um acusado. Preferem deixar para votar conforme seu desejo no plenário, onde o voto é secreto. Outro obstáculo à estratégia é a de que, mesmo que os três partidos apoiem Wanderval, o parecer de Chico Alencar ainda tem chances de ser aprovado com oito votos, o número mínimo exigido para aprovação do relatório. Integrantes do conselho apostam que o ex-bispo terá efetivamente a seu favor quatro votos.
Os demais deputados deverão seguir a recomendação do relator. Alencar espera que a votação ocorra ainda hoje. “A defesa não fez objeção, não vejo motivo para pedido de vista, a não ser como questão protelatória”, critica o relator. Mas os aliados de Wanderval estão preparados para tentar adiar a votação. Se houver pedido de vista, é preciso aguardar duas sessões do plenário. O texto só poderia ser analisado a partir de sexta-feira. “Se eu discordar do relatório, posso pedir explicação ou vista para estudar o parecer”, avisa o deputado José Carlos Araújo (PL-BA), integrante do conselho.
Chico Alencar não antecipa a pena que irá sugerir a Wanderval. Mas pessoas próximas a ele dizem que todas as indicações do deputado fluminense são a de que ele pedirá a cassação. Alencar não deve aceitar a justificativa do ex-bispo de que não tinha conhecimento do saque de R$ 150 mil feito por seu assessor Célio Silveira. Wanderval diz que o assessor sacou o dinheiro a pedido do ex-deputado Bispo Rodrigues, então coordenador da bancada da Igreja Universal. O relator deverá argumentar que nenhum deputado pode submeter seu mandato a outro parlamentar. Por isso, o ex-bispo seria responsável pelas ações de seus funcionários. Defenderá também a idéia de que Wanderval e Rodrigues, na verdade, eram parceiros. Os dois foram sócios em empresas de rádio.
Fonte:
24 Horas News
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/324425/visualizar/
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