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Politica Brasil
Terça - 17 de Janeiro de 2006 às 08:22

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Acontece na tarde desta terça-feira a leitura do parecer que deve recomendar a perda do mandato do deputado Wanderval Santos (PL-SP). Com isso, a Câmara de Deputados e o Conselho de Ética retoma a fila de cassações de deputados envolvidos no esquema do valerioduto, a distribuição de dinheiro de caixa 2 comandada pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.

O relator do processo, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), dirá que Wanderval tem responsabilidade no recebimento de R$ 150 mil do valerioduto. O dinheiro foi sacado por um assessor do deputado do PL, Célio Marcos Siqueira.

No escândalo do mensalão, o conselho já levou à cassação dos mandatos dos deputados Roberto Jefferson e José Dirceu. Absolveu por falta de provas o deputado Sandro Mabel (PL-GO) e, apesar de ter recomendado a cassação de Romeu Queiroz (PTB-MG), foi derrotado pelo plenário da Câmara e Queiroz conseguiu salvar seu mandato.

Wanderval Santos argumenta que o saque do dinheiro foi determinado pelo ex-deputado Carlos Rodrigues, a quem se disse subordinado na Igreja Universal do Reino de Deus. No relatório, Chico Alencar deverá condenar a submissão do mandato de um parlamentar a outro e insistirá que os deputados têm responsabilidade sobre os atos de seus funcionários.

O relator mostrará que a relação de Rodrigues e Wanderval, que já não pertencem mais à Universal, não era de comando, mas de parceria. Também citará casos de liderança política de Wanderval, derrubando a tese do deputado processado de que apenas cumpria ordens do superior religioso. No depoimento ao conselho, Wanderval chegou a dizer que seu mandato pertencia à Igreja.

Depois da leitura do relatório de Chico Alencar, o mais provável é que algum integrante do conselho aliado de Wanderval peça vistas e dê mais tempo para a análise do processo - duas sessões ordinárias da Câmara.

Cumprido o prazo, o relatório será votado pelos quinze conselheiros. Wanderval tem um companheiro de partido no conselho, o deputado José Carlos Araújo (BA). Araújo disse ontem que não poderia saber de antemão se pediria vistas, por desconhecer o relatório.

"Nos depoimentos que eu vi, não havia provas contra o deputado Wanderval. Pode ser que o relator tenha conseguido provas.É verdade, mas não é motivo para perda do mandato. Mas no conselho agimos como juízes e não como partidários", afirmou Araújo.

Além de Wanderval, pelo menos outros cinco dos onze deputados processados por suspeita de beneficiamento no valerioduto deverão ter relatórios que recomendam a cassação do mandato. São eles Roberto Brant (PFL-MG), os petistas João Paulo Cunha (SP), Josias Gomes (BA) e João Magno (MG) e o presidente do PP, Pedro Corrêa (PE).

Depoimento - Esta terça-feira será agitada para o petista José Mentor (SP). O conselho ouvirá o deputado, que recebeu R$ 120 mil de empresas de Marcos Valério. Mentor diz que foi o pagamento por serviços prestados por seu escritório de advocacia. São processados ainda os deputados do PP José Janene (PR), Pedro Henry (MT) e Vadão Gomes (SP).





Fonte: AE

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