Prefeito Gilberto kassab (Foto: Tatiana Santiago/G1)
Acostumado a degustar doces e salgados calóricos em seus compromissos diários, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), tem uma meta para 2013: perder 10 kg até o mês de março. “Já perdi 5 kg nos últimos três meses, quero perder mais 10 kg para ficar com 90 kg”, afirmou em entrevista ao G1 nesta segunda-feira (31).
Diferentemente das metas de seu plano de governo que não foram atingidas na sua totalidade (somente metade foi concluída), Kassab disse que emagrecer não é apenas mais um desejo de Ano Novo e que promete cumprir seu novo objetivo com caminhadas diárias na esteira. “Perco peso fácil. Por enquanto, não penso em outra atividade física”. Em relação à dieta, confessa que vai ser difícil resistir às gostosuras, mas o fato de estar longe das tentações já ajuda a fazer um regime forçado.
Às vésperas de deixar o governo da cidade de São Paulo após sete anos de mandato, o prefeito disse, durante entrevista exclusiva ao G1, o que deve mudar em sua vida longe da responsabilidade do cargo, enquanto degustava uma porção de pães de queijo.
Além dos quilos a menos, ele pretende se dedicar mais ao partido, além da residência no Núcleo de Estudos da Cidade, que irá criar e coordenar na Universidade de São Paulo (USP) durante um ano e meio. “Isso vai permitir que a universidade capacite as pessoas na gestão da cidade em todas as áreas”, disse.
Com a sensação de "dever cumprido" ao deixar o cargo, Kassab disse que os investimentos nas áreas de educação, saúde e habitação foram os seus maiores feitos, apesar dos problemas existentes e críticas recebidas.
“Tenho certeza que, ao longo das próximas duas décadas, essas áreas continuarão a ser a prioridade, não será diferente com o prefeito Haddad”, opinou. De acordo com ele, a má avaliação que ele recebeu em pesquisas de opinião é circunstancial e que a percepção das pessoas vai mudando com o passar do tempo. “As pessoas vão percebendo que problemas como esses não se resolvem em apenas quatro anos”, disse.
Rotina
Habituado a pular da cama pontualmente às 5h30 todos os dias, Kassab teve durante sete anos uma rotina cheia de compromissos. Lia todos os jornais logo após acordar, caminhava na esteira três vezes por semana durante 30 minutos, recebia secretários em sua residência e fazia despachos.
Costumava sair de casa por volta das 9h30 e passava a manhã na rua fazendo vistorias em obras ou participando de inaugurações de equipamentos ou espaços públicos. E usava o helicóptero da Polícia Militar para se deslocar mais rapidamente pela cidade.
Quem pensa que o almoço era um momento tranquilo, se engana. “O almoço era sempre de trabalho, eu aproveitava para discutir a cidade”, afirmou. Voltava para casa às 21h e recebia amigos ou familiares para o jantar, sempre atento ao telefone para alguma emergência.
Sempre cercado de seguranças e andando apenas em veículos blindados, Kassab ainda poderá contar com uma equipe de segurança durante os próximos quatro anos, um direito adquirido e concedido pelo governador por ser ex-prefeito, mas terá que usar seu próprio carro. No entanto, Kassab diz que não tem medo de andar sozinho em seu carro particular pelas ruas da cidade. “Tenho que me preparar para ser um cidadão comum”.
Com mais tempo em sua agenda, ele pretende viajar duas vezes por mês para Brasília e outros locais onde irá articular novas alianças e planejar o futuro do PSD. Ele também promete ter mais tempo livre para sua convivência familiar.
Na próxima quarta-feira (2), já planeja fazer reuniões do novo núcleo de trabalho da USP. Para descansar após anos sem férias, ele fará uma viagem para Abu Dabi, nos Emirados Árabes, onde irá participar de um debate de políticas urbanas e vai aproveitar para fazer turismo.
Política
Cotado para assumir um ministério no próximo ano, Kassab disse que não pretende aceitar o cargo de ministro na gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), mas deve disponibilizar a vaga para algum integrante do PSD, partido presidido por ele.
Entre os nomes cotados estão do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirellles, Guilherme Afif Domingos, Guilherme Campos. “Não pretendo aceitar. É incompatível com as tarefas de presidente do partido, mas mais do que isso com a responsabilidade que eu acabei de assumir com a Universidade de São Paulo”, justificou.
Em relação ao relacionamento com o atual governador Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que relação entre os partidos não está estremecida. “A nossa relação é de cooperação e continuará sendo assim”, afirmou. Sobre os planos de ser governador, Kassab disse que ainda não está definido se irá concorrer nas próximas eleições, mas que seria uma honra.
“É uma recomendação a todos diretórios estaduais para que se esforcem para ter candidatura própria e não será diferente aqui em São Paulo. Seria uma honra muito grande ser candidato a governador e uma honra maior vencer as eleições e servir o estado de São Paulo como eu servi a minha cidade”, declarou.
Prefeito durante cerimônia do bolinho da prosperidade em comunidade japonesa, no bairro da Liberdade, no Centro de São Paulo, na manhã desta segunda, às vesperas de deixar o cargo (Foto: Tatiana Santiago/G1)
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