Para Pagot, PFL monta estratégia

O secretário-chefe da Casa Civil, Luiz Antônio Pagot, classificou ontem como estratégia partidária a decisão do senador Jonas Pinheiro (PFL) em admitir publicamente pré-candidatura ao governo do Estado. Apesar de dizer que respeita o posicionamento do aliado, Pagot alega que o cacique pefelista pretende apoiar realmente a reeleição de Blairo Maggi (PPS).

Jonas admitiu anteontem a possibilidade de enfrentar o afilhado político no próximo mês de outubro. Conforme A Gazeta revelou, foi a primeira vez que o senador afirmou publicamente que acredita na possibilidade da coligação "Mato Grosso Mais Forte" ser inviabilizada pela verticalização -que obriga a repetição das alianças nacionais nos estados. Em 2002, o PPS recebeu apoio do PFL e PP mas a união pode ser vetada pela conjuntura nacional, que sinaliza que os pefelistas apoiarão o presidenciável do PSDB neste ano.

"Ele está fazendo o papel de incentivar o partido. É uma estratégia, mas acredito que estaremos juntos novamente", afirmou Pagot, que já fez aos aliados convite público para a formação de uma "aliança branca". Inicialmente rechaçada pelo presidente do PFL, ex-prefeito Jaime Campos, a tese vem ganhando por parte de Jonas, que visa permanecer no palanque de Maggi mesmo se a cúpula pefelista insistir no apoio ao PSDB nacional.

Além de Jonas, grande parte do PFL também tem interesse em lançar Jaime Campos como candidato ao Senado pelo grupo de Maggi. Para Pagot, a nova estratégia do partido pode prejudicar a candidatura, já que a legenda teria que começar a discutir a concessão de cargos numa eventual chapa de oposição ao PPS. Livre para fazer alianças nos Estados, já que não pretende apoiar nenhum candidato a presidente da República, o PP mantém o nome do deputado federal Pedro Henry à senatória, independente das acusações que apontam envolvimento do parlamentar no "mensalão". Maggi também trabalha um grupo alternativo para a reeleição, formado por PDT, PV, PHS e PPS.