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Raiva Bovina é detectada em fazenda de Diamantino
Um caso de raiva bovina foi detectado no município de Diamantino, no Setor II da Gleba Buriti, na Fazenda Santa Clara, num animal que morreu com suspeitas da doença. O proprietário comunicou o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (INDEA), que coletou material e encaminhou ao Laboratório de Apoio a Saúde Animal, Aníbal Molina (Lasa/MT).
De posse do resultado positivo, uma ação conjunta foi desenvolvida pelo Escritório Local do Indea e a Secretária Municipal de Saúde e Vigilância Sanitária do município, num raio de 5 km do local, conforme a geografia da região, visando o controle e a erradicação através de visitas a todas as propriedades próximas da fazenda, onde foi constatada a doença. A equipe do Indea foi coordenada pelo médico veterinário, Mauricio Nonato dos Santos e a da Secretária Municipal de Saúde, pelos técnicos Valdecir de Souza e José Rogério Carmona.
Na Fazenda Santa Clara, das oito pessoas que residem na propriedade, dois tiveram contato direto com o bovino doente e foram encaminhados para cuidados médicos, 451 bovinos e 06 cães também foram vacinados. Outras 17 propriedades visitadas foram orientadas a vacinar seus rebanhos e a equipe realizou a chamada vacinação de bloqueio em 19 cães e 10 gatos. A mesma equipe constatou que outros 27 cães e gatos já haviam sido vacinados pela campanha de vacinação anti rábica animal e por veterinário particular, além da Secretaria Municipal de Alto Paraguai. A atuação in loco foi realizada entre os dias 28 e 30 de Dezembro, imediatamente a constatação da morte do animal por raiva.
O médico veterinário, Mauricio Nonato dos Santos, da ULE de Diamantino, frisou que o local não é considerado uma região endêmica e que como a propriedade está muito próxima da cidade, é possível que a raiva seja da área urbana, de animais levados as proximidades ou que se deslocaram até lá. “ É possível que seja raiva urbana, estamos visitando as propriedades e conversando com os proprietários para identificar a origem” salientou Nonato dos Santos. Ainda de acordo com ele, as fortes chuvas na região está dificultando as visitas in loco, mas que estão sendo feitas com o intuito de evitar novos casos.
A Secretária Municipal de Saúde e Vigilância Sanitária, Marineze Meira, informou que todos os procedimentos em relação aos humanos foram tomadas pela equipe responsável e que até o momento as pessoas monitoradas não apresentaram anormalidades.
Raiva Humana
A raiva humana se manifesta após um período de incubação usualmente compreendido entre 20 e 60 dias, com sintomas prodrômicos mal definidos: febre moderada, cefaléia, insônia, ansiedade e distúrbios sensoriais, sobretudo ao nível da mordedura. Em 24-48 horas, aparece a sintomatologia típica que, na raiva furiosa, assume decurso dramático, caminhando inexoravelmente para a morte em 2-6 dias: excitação cerebral, com crises de delírio e de agressividade, espasmos musculares dolorosos, convulsões, paralisias, hiperpirexia (41-42 C) e asfixia terminal. Na denominada paralítica, são pouco intensos os fenômenos espasmódicos e predomina a paralisia, que pode ser ascendente (tipo Landry) ou descendente.
Raiva Bovina
Nos bovinos, a raiva assume sobretudo a forma paralítica, sendo extremamente rara ou acidental a contaminação direta do homem. Extensas epizootias de raiva bovina e eqüina têm sido observadas no México, América Central e América do Sul, inclusive no Brasil.
O primeiro surto epizoótico de raiva bovina no Brasil foi diagnosticado em 1911 por Carini, em material enviado de Santa Catarina ao Instituto Pasteur de São Paulo. A epizootia atingiu ao máximo no período de 1914-1918, quando foi paticularmente estudada por Haupt e Renaag. Posteriormente, foram assinalados importantes surtos epidêmicos, não somente em outros estados brasileiros, como em diferentes países das Américas. De acordo com informes compendiados pela Organização Pan-Americana da Saúde, entre 1960 e 1966, foram notificados nas Américas cerca de 2.725.000 casos de raiva bovina (1.300.000 no Brasil e 1.000.000 no México), representando um prejuízo econômico estimado em aproximadamente 47.500.000 dólares.
A raiva bovina é transmitida por morcegos hematófagos, que sugam o gado preferivelmente à noite. Este fato, já suspeitado por Carini e por Haupt e Rehaag ao estudarem o surto epizoótico de Santa Catarina, foi definidamente comprovado em 1935 por pesquisas realizadas, independentemente, no Brasil (Torres e Queiroz Lima) e em Trinidad (Pawan). Os morcegos incriminados são da família "Desmodontidae", facilmente distinguíveis das espécies frugívoras, insetívoras, onívoras ou ictiófagas, pelos caracteres seguintes:
ausência de cauda, membrana interfemoral rudimentar, pêlo cinza ou marrom, orelhas largas e curtas, polegares longos e, especialmente, incisivos grandes em forma de alfanje, com bordas extremamente cortantes. Os morcegos hematófagos (espécies "Desmodus rotundus"', "Diphylla ecaudata" e "Diaemus youngi") atuam não só como transmissores, mas também como reservatórios do vírus.
O morcego é também transmissor comprovado da raiva do homem, produzindo geralmente um quadro grave de paralisia ascendente do tipo Landry. Foi assinalada também a transmissão ao homem por morcegos não-hematófagos, que facilmente se infetam nas lutas freqüentes que entretêm com morcegos desmodontídeos. Ao que parece, a transmissão humana não se opera somente pela mordedura dos morcegos, mas, até com maior freqüência, por intermédio de aerossóis.
De posse do resultado positivo, uma ação conjunta foi desenvolvida pelo Escritório Local do Indea e a Secretária Municipal de Saúde e Vigilância Sanitária do município, num raio de 5 km do local, conforme a geografia da região, visando o controle e a erradicação através de visitas a todas as propriedades próximas da fazenda, onde foi constatada a doença. A equipe do Indea foi coordenada pelo médico veterinário, Mauricio Nonato dos Santos e a da Secretária Municipal de Saúde, pelos técnicos Valdecir de Souza e José Rogério Carmona.
Na Fazenda Santa Clara, das oito pessoas que residem na propriedade, dois tiveram contato direto com o bovino doente e foram encaminhados para cuidados médicos, 451 bovinos e 06 cães também foram vacinados. Outras 17 propriedades visitadas foram orientadas a vacinar seus rebanhos e a equipe realizou a chamada vacinação de bloqueio em 19 cães e 10 gatos. A mesma equipe constatou que outros 27 cães e gatos já haviam sido vacinados pela campanha de vacinação anti rábica animal e por veterinário particular, além da Secretaria Municipal de Alto Paraguai. A atuação in loco foi realizada entre os dias 28 e 30 de Dezembro, imediatamente a constatação da morte do animal por raiva.
O médico veterinário, Mauricio Nonato dos Santos, da ULE de Diamantino, frisou que o local não é considerado uma região endêmica e que como a propriedade está muito próxima da cidade, é possível que a raiva seja da área urbana, de animais levados as proximidades ou que se deslocaram até lá. “ É possível que seja raiva urbana, estamos visitando as propriedades e conversando com os proprietários para identificar a origem” salientou Nonato dos Santos. Ainda de acordo com ele, as fortes chuvas na região está dificultando as visitas in loco, mas que estão sendo feitas com o intuito de evitar novos casos.
A Secretária Municipal de Saúde e Vigilância Sanitária, Marineze Meira, informou que todos os procedimentos em relação aos humanos foram tomadas pela equipe responsável e que até o momento as pessoas monitoradas não apresentaram anormalidades.
Raiva Humana
A raiva humana se manifesta após um período de incubação usualmente compreendido entre 20 e 60 dias, com sintomas prodrômicos mal definidos: febre moderada, cefaléia, insônia, ansiedade e distúrbios sensoriais, sobretudo ao nível da mordedura. Em 24-48 horas, aparece a sintomatologia típica que, na raiva furiosa, assume decurso dramático, caminhando inexoravelmente para a morte em 2-6 dias: excitação cerebral, com crises de delírio e de agressividade, espasmos musculares dolorosos, convulsões, paralisias, hiperpirexia (41-42 C) e asfixia terminal. Na denominada paralítica, são pouco intensos os fenômenos espasmódicos e predomina a paralisia, que pode ser ascendente (tipo Landry) ou descendente.
Raiva Bovina
Nos bovinos, a raiva assume sobretudo a forma paralítica, sendo extremamente rara ou acidental a contaminação direta do homem. Extensas epizootias de raiva bovina e eqüina têm sido observadas no México, América Central e América do Sul, inclusive no Brasil.
O primeiro surto epizoótico de raiva bovina no Brasil foi diagnosticado em 1911 por Carini, em material enviado de Santa Catarina ao Instituto Pasteur de São Paulo. A epizootia atingiu ao máximo no período de 1914-1918, quando foi paticularmente estudada por Haupt e Renaag. Posteriormente, foram assinalados importantes surtos epidêmicos, não somente em outros estados brasileiros, como em diferentes países das Américas. De acordo com informes compendiados pela Organização Pan-Americana da Saúde, entre 1960 e 1966, foram notificados nas Américas cerca de 2.725.000 casos de raiva bovina (1.300.000 no Brasil e 1.000.000 no México), representando um prejuízo econômico estimado em aproximadamente 47.500.000 dólares.
A raiva bovina é transmitida por morcegos hematófagos, que sugam o gado preferivelmente à noite. Este fato, já suspeitado por Carini e por Haupt e Rehaag ao estudarem o surto epizoótico de Santa Catarina, foi definidamente comprovado em 1935 por pesquisas realizadas, independentemente, no Brasil (Torres e Queiroz Lima) e em Trinidad (Pawan). Os morcegos incriminados são da família "Desmodontidae", facilmente distinguíveis das espécies frugívoras, insetívoras, onívoras ou ictiófagas, pelos caracteres seguintes:
ausência de cauda, membrana interfemoral rudimentar, pêlo cinza ou marrom, orelhas largas e curtas, polegares longos e, especialmente, incisivos grandes em forma de alfanje, com bordas extremamente cortantes. Os morcegos hematófagos (espécies "Desmodus rotundus"', "Diphylla ecaudata" e "Diaemus youngi") atuam não só como transmissores, mas também como reservatórios do vírus.
O morcego é também transmissor comprovado da raiva do homem, produzindo geralmente um quadro grave de paralisia ascendente do tipo Landry. Foi assinalada também a transmissão ao homem por morcegos não-hematófagos, que facilmente se infetam nas lutas freqüentes que entretêm com morcegos desmodontídeos. Ao que parece, a transmissão humana não se opera somente pela mordedura dos morcegos, mas, até com maior freqüência, por intermédio de aerossóis.
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RepórterNews
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