Obras em ano eleitoral motivam inevitáveis críticas

A decisão do Governo Federal às vésperas de um ano eleitoral para a recuperação da malha viária nacional, a abrangência dos trabalhos na maioria dos estados e a falta de planejamento que assegure a conservação das estradas motivam críticas ao presidente Luís Inácio Lula da Silva.

A desconfiança de que os trabalhos nas rodovias se inserem no contexto de uma estratégia eleitoral para 2006 é inevitável, mas há também análises mais técnicas.

Para o diretor do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo, Emiliano Stanislau Afonso, o plano emergencial para as estradas é uma "boa notícia", mas falta um programa de longo prazo que mostre "uma verdadeira intenção do governo em recuperar a infra-estrutura do país".

O engenheiro criticou a operação tapa-buracos por ser feita em um período de chuvas, e observou que a realização de um programa de longo prazo evitaria "a necessidade de medidas tardias como a de tapa-buracos".

Afonso considera que, tanto o governo anterior quanto o atual, não dispensaram a atenção necessária às estradas do país. "Não houve ação definitiva para mudar esse quadro", analisou. Ainda assim, acrescenta, qualquer ação para recuperar a malha rodoviária é positiva, pois "já que ela tem influência direta no crescimento do país e no bem-estar da população