Soja: Céleres projeta safra 2005/06 em 58,08 milhões de t

São Paulo, 9 - A consultoria Céleres, de Uberlândia, revisou para baixo sua projeção para a safra de soja em 2005/06. Em relatório assinado pelos analistas Anderson Galvão e Leonardo Sologuren, a produção foi apontada em 58,088 milhões de toneladas, número 10,8% superior ao da safra passada, mas 0,9% menor do que o estimado pela Céleres em dezembro.

A queda na produção ocorre a despeito de uma avaliação de que o plantio será maior do que avaliado em dezembro pela consultoria. Agora, a Céleres estima a área plantada em 21,914 milhões de hectares, com queda de 6,4% ante a safra passada mas 0,2% maior do que o projetado em dezembro.

O motivo da queda foi uma redução na projeção de produtividade. A expectativa da Céleres é de que o rendimento médio das lavouras seja de 2.651 kg por hectares, número 18,3% superior ao do ano passado, mas 1,1% mais baixo do que o projetado em seu levantamento anterior.

Segundo a Céleres, apesar de os agricultores terem tido problemas para encerrar o plantio no cerrado nordestino - onde choveu demais - e no Sul e Sudeste - por falta de chuvas - a situação está normalizada na em grande parte das áreas produtoras. As chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul na virada do ano atenuaram as preocupações, principalmente nas regiões mais fortes do estado em soja. Persiste o estresse hídrico em áreas onde o forte é a pecuária ou o arroz.

As previsões climáticas para janeiro e fevereiro apontam para chuvas ligeiramente abaixo das médias histórias em janeiro e fevereiro no Sul do Brasil. O quadro deve manter volátil os futuros da soja.

Preços firmes - Para a Céleres, os preços da soja em dólar devem encontrar sustentação em 2006. O motivo da sustentação é o crescimento sustentado do consumo mundial de soja. Nos últimos 10 anos, a demanda tem crescido a uma média anual de 8,2 milhões de toneladas. O principal motor desse crescimento é o consumo crescente de renda da Ásia, particularmente da China.

A Céleres nota que a produção mundial este ano deve crescer exatamente os 8,2 milhões de toneladas demandados a mais pelo mercado. Por conta disso, não fora estoques de passagem amplos, de 46,5 milhões de toneladas, seria um ano de forte volatilidade nos preços. O arquivo lembra que a projeção do BIRD é de que a economia mundial continue crescendo em 2006. A projeção é de que este crescimento fique em 3,5%, com uma pequena desaceleração em virtude dos preços altos do petróleo e do fim de um ciclo de investimentos.