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Amorim diz que política externa é pragmática
São Paulo - O ministro das Relações Exteriores, embaixador Celso Amorim, defendeu a política externa do governo Lula de privilegiar o relacionamento com os países emergentes, particularmente da América do Sul. "As exportações para a América Latina cresceram 50% em um ano e 50% no outro", afirmou o chanceler, citando números sobre o aumento do intercâmbio na região, em entrevista gravada sexta-feira, 6, ao Espaço Aberto, da Globo News. "Então, nós estamos vendo que as coisas que foram feitas não tinham nenhum caráter ideológico, tinham um caráter de defesa do interesse nacional", garantiu.
"As nossas exportações para a Argentina são recordes, as nossas exportações para o Mercosul e para a América do Sul são recordes. Se pensarmos na América Latina em conjunto, ela é hoje o nosso principal mercado, maior do que a União Européia", salientou. Além disso, Amorim disse que é do interesse do Brasil que os países vizinhos prosperem. "Ao invés de se espalhar tropas na fronteira de um ou de outro país, espalhará bens, serviços, trabalho e empregos." Eixo do Bem
O presidente Lula vai estar com o presidente eleito da Bolívia, Evo Morales, no próximo dia 13, e participará da posse dele, em La Paz, no dia 22. Mas antes ele se encontra em Brasília com o venezuelano Hugo Chávez e com o argentino Néstor Kirchner, que defenderam o que chamaram de "Eixo do Bem", aliança contra o "imperialismo americano". Celso Amorim procurou minimizar os antagonismos com os Estados Unidos, mas defendeu a inclusão da Venezuela e da Bolívia como membros plenos do Mercosul.
"O Brasil tem a sua própria política em termos de integração sul-americana e também, mais amplamente, de um relacionamento estreito com a América Latina, o que inclui, obviamente, a Bolívia, a Venezuela", defendeu o chanceler. "Nós temos uma visão de que temos de nos integrar na América do Sul, sem confrontações com outros países."
Guinada à esquerda O Brasil poderia ajudar no diálogo dos Estados Unidos com outros países, como a Bolívia e a Venezuela, na visão do ministro. "Eu acho que o País tem ajudado. No passado, no caso da Venezuela, isso foi evidente no período que antecedeu o referendo convocatório", lembrou.
Ele disse que antes mesmo de o presidente Lula chegar ao poder, a Venezuela vivia uma crise enorme e as soluções que eram aventadas provavelmente agravariam essa crise. "Creio que o Brasil contribuiu para que o calendário democrático, já previsto pelo governo e pela Constituição venezuelana, fosse cumprido por meio do diálogo e sempre que nós pudermos ajudar no diálogo nós o faremos."
Porta-voz
Ele concorda que o Brasil vem crescentemente assumindo o papel de porta-voz dos países emergentes. "Eu acho que no G-20, especialmente, dentro da OMC, o Brasil assumiu uma posição ajudando a criar e depois a coordenar o G-20 durante esses últimos anos que o credenciou a falar em nome dos países em desenvolvimento", recordou o ministro.
A propósito, Celso Amorim ainda comemora o resultado da última rodada de negociações da OMC realizada em Hong Kong. "Nós sabíamos que os europeus não iriam fazer uma abertura de mercados que fosse suficiente e que, por sua vez, estimulasse os Estados Unidos também a baixar os subsídios internos no nível que nós necessitamos que eles baixem. Sabíamos que as condições não estavam dadas para isso", justificou.
Ao final, a data-limite de 2013 para o fim dos subsídios às exportações, "não é a data ideal mas é razoável", frisou. "E concordou-se que uma parte substancial dos subsídios terá de ser eliminado até 2010."
Exportações Para o ministro, o recorde de US$ 118 bilhões em exportações no ano passado comprovaria a validade da estratégia de política externa e a seqüência de viagens do presidente Lula. "É claro que os US$ 118 bilhões se devem também à capacidade dos nossos empresários e a outras medidas econômicas, mas tem de se ver também para onde aumentou mais - parcerias novas com a Rússia, Índia, China, África, países árabes e sobretudo a América do Sul e a América Latina", destacou o chanceler.
Ele garantiu que esse crescimento no intercâmbio com países em desenvolvimento não prejudicou o comércio com Estados Unidos e Europa. "Nós estamos diversificando a nossa pauta sem detrimento de ambos. Aliás, ao contrário, o presidente Lula teve vários encontros com empresários na Europa e Estados Unidos", lembrou.
Conselho de Segurança
Amorim declarou que o Brasil continua pleiteando a vaga de membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e defendeu o pagamento da dívida com o FMI. "Isso é importante, não só por causa do Conselho de Segurança, mas com que autoridade nós podemos falar em criar um fundo contra a fome se nós não pagamos o que devemos", indagou acerca da dívida que o País mantinha com a ONU há 15 anos.
A vaga no Conselho continua sendo prioridade de governo, na opinião do ministro: "O assento é parte de uma visão que quer as Nações Unidas mais democrática e com maior participação dos países em desenvolvimento", sustentou o chanceler. Para finalizar: "Agora, se isso vai se realizar neste ano, isso não depende do Brasil. Se nós não lutarmos não vai acontecer."
"As nossas exportações para a Argentina são recordes, as nossas exportações para o Mercosul e para a América do Sul são recordes. Se pensarmos na América Latina em conjunto, ela é hoje o nosso principal mercado, maior do que a União Européia", salientou. Além disso, Amorim disse que é do interesse do Brasil que os países vizinhos prosperem. "Ao invés de se espalhar tropas na fronteira de um ou de outro país, espalhará bens, serviços, trabalho e empregos." Eixo do Bem
O presidente Lula vai estar com o presidente eleito da Bolívia, Evo Morales, no próximo dia 13, e participará da posse dele, em La Paz, no dia 22. Mas antes ele se encontra em Brasília com o venezuelano Hugo Chávez e com o argentino Néstor Kirchner, que defenderam o que chamaram de "Eixo do Bem", aliança contra o "imperialismo americano". Celso Amorim procurou minimizar os antagonismos com os Estados Unidos, mas defendeu a inclusão da Venezuela e da Bolívia como membros plenos do Mercosul.
"O Brasil tem a sua própria política em termos de integração sul-americana e também, mais amplamente, de um relacionamento estreito com a América Latina, o que inclui, obviamente, a Bolívia, a Venezuela", defendeu o chanceler. "Nós temos uma visão de que temos de nos integrar na América do Sul, sem confrontações com outros países."
Guinada à esquerda O Brasil poderia ajudar no diálogo dos Estados Unidos com outros países, como a Bolívia e a Venezuela, na visão do ministro. "Eu acho que o País tem ajudado. No passado, no caso da Venezuela, isso foi evidente no período que antecedeu o referendo convocatório", lembrou.
Ele disse que antes mesmo de o presidente Lula chegar ao poder, a Venezuela vivia uma crise enorme e as soluções que eram aventadas provavelmente agravariam essa crise. "Creio que o Brasil contribuiu para que o calendário democrático, já previsto pelo governo e pela Constituição venezuelana, fosse cumprido por meio do diálogo e sempre que nós pudermos ajudar no diálogo nós o faremos."
Porta-voz
Ele concorda que o Brasil vem crescentemente assumindo o papel de porta-voz dos países emergentes. "Eu acho que no G-20, especialmente, dentro da OMC, o Brasil assumiu uma posição ajudando a criar e depois a coordenar o G-20 durante esses últimos anos que o credenciou a falar em nome dos países em desenvolvimento", recordou o ministro.
A propósito, Celso Amorim ainda comemora o resultado da última rodada de negociações da OMC realizada em Hong Kong. "Nós sabíamos que os europeus não iriam fazer uma abertura de mercados que fosse suficiente e que, por sua vez, estimulasse os Estados Unidos também a baixar os subsídios internos no nível que nós necessitamos que eles baixem. Sabíamos que as condições não estavam dadas para isso", justificou.
Ao final, a data-limite de 2013 para o fim dos subsídios às exportações, "não é a data ideal mas é razoável", frisou. "E concordou-se que uma parte substancial dos subsídios terá de ser eliminado até 2010."
Exportações Para o ministro, o recorde de US$ 118 bilhões em exportações no ano passado comprovaria a validade da estratégia de política externa e a seqüência de viagens do presidente Lula. "É claro que os US$ 118 bilhões se devem também à capacidade dos nossos empresários e a outras medidas econômicas, mas tem de se ver também para onde aumentou mais - parcerias novas com a Rússia, Índia, China, África, países árabes e sobretudo a América do Sul e a América Latina", destacou o chanceler.
Ele garantiu que esse crescimento no intercâmbio com países em desenvolvimento não prejudicou o comércio com Estados Unidos e Europa. "Nós estamos diversificando a nossa pauta sem detrimento de ambos. Aliás, ao contrário, o presidente Lula teve vários encontros com empresários na Europa e Estados Unidos", lembrou.
Conselho de Segurança
Amorim declarou que o Brasil continua pleiteando a vaga de membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e defendeu o pagamento da dívida com o FMI. "Isso é importante, não só por causa do Conselho de Segurança, mas com que autoridade nós podemos falar em criar um fundo contra a fome se nós não pagamos o que devemos", indagou acerca da dívida que o País mantinha com a ONU há 15 anos.
A vaga no Conselho continua sendo prioridade de governo, na opinião do ministro: "O assento é parte de uma visão que quer as Nações Unidas mais democrática e com maior participação dos países em desenvolvimento", sustentou o chanceler. Para finalizar: "Agora, se isso vai se realizar neste ano, isso não depende do Brasil. Se nós não lutarmos não vai acontecer."
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/326519/visualizar/
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