Serra aplicou 64% da verba antienchente
O Orçamento aprovado no final de 2004, ainda na gestão de Marta Suplicy (PT), estimava R$ 194,3 milhões para combater os efeitos da chuva. Utilizando a margem de remanejamento, a gestão Serra aumentou a previsão de gastos para R$ 220,8 milhões, mas acabou aplicando R$ 141,3 milhões.
Os números significam os empenhos (autorização de gastos para contratação de serviços e obras) feitos pela prefeitura no ano passado. O balanço foi fornecido pela Secretaria Municipal das Subprefeituras, com base no Sistema de Execução Orçamentária da Secretaria das Finanças.
A ex-prefeita gastou R$ 85,9 milhões, ou 80,76%, dos R$ 106 milhões previstos no combate a enchentes no Orçamento aprovado para seu último ano de governo. Em 2003, a gestão Marta gastou R$ 164 milhões, ou 98,84%, dos R$ 165,9 milhões reservados.
Os números foram fornecidos pelos vereadores petistas Paulo Fiorilo e Antonio Donato, utilizando a mesma base do Sistema de Execução Orçamentária.
Manutenção
A administração do prefeito José Serra priorizou remanejar os recursos previstos como novos investimentos para a manutenção da rede de drenagem, autorizando gastos em limpeza de piscinões, córregos e galerias pluviais.
A Secretaria das Subprefeituras centralizou a maior parte dos gastos no combate a enchentes no primeiro ano da gestão Serra, investindo R$ 23,7 milhões dos R$ 34,6 milhões previstos nos serviços de microdrenagem (limpeza de galerias pluviais e bocas-de-lobo) e R$ 41 milhões dos R$ 58 milhões inicialmente reservados para a limpeza de córregos e locação de máquinas para o serviço.
O secretário das Subprefeituras, Walter Feldman, que comanda as operações contra enchentes na cidade, afirma que a prioridade no primeiro ano de administração foi melhorar a capacidade de escoamento das chuvas nos equipamentos já existentes.
"Preferimos acabar com a cultura de construir. Nossa prioridade foi manter os atuais piscinões funcionando na sua capacidade plena, além de um esforço para reduzir os pontos de alagamentos com a limpeza das galerias e bocas-de-lobo", disse Feldman.
De acordo com o secretário, a cidade possui cerca de 500 pontos de alagamentos por problemas estruturais de galerias ou bocas-de-lobo. "Só poderemos combater esses pontos após o final da temporada de chuvas. As obras fazem parte do nosso planejamento de mandato para o segundo semestre, quando vamos fazer intervenções com obras nos pontos com alagamentos freqüentes."
Ele alega que a secretaria não conseguiu realizar as obras no ano passado porque não encontrou nenhum estudo ou mapeamento dos pontos com alagamentos constantes.
A Secretaria de Infra-Estrutura Urbana e Obras informa que foram investidos R$ 40 milhões na canalização de córregos em 2005. O principal investimento no ano passado ocorreu no córrego Ipiranga (zona sul), com a autorização, a partir de julho, de R$ 20 milhões a serem gastos na obra.
Críticas
A falta de investimentos na construção de novos piscinões ou na ampliação da atual rede de galeria pluvial é a principal crítica feita pelos vereadores petistas na Câmara Municipal. A cidade tem atualmente 16 piscinões, sendo 9 localizados na zona leste.
Na opinião do vereador Donato, a prefeitura deveria ter investido em novos piscinões e na ampliação da rede pluvial.
Ele alega que a gestão petista investiu, em média, cerca de R$ 50 milhões ao ano na expansão de novas galerias e canalização de córregos.
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