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Economia
Sexta - 06 de Janeiro de 2006 às 07:20
Por: Anelize Moreno

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O frigorífico Margen vai fechar a unidade de Cuiabá. Os 290 funcionários já receberam na quarta-feira aviso prévio e as atividades na Capital serão encerradas em fevereiro. Com o fechamento o volume de produção do grupo no Estado cairá 30,76%. As plantas de Canarana e Barra do Garças continuam operando normalmente. Atualmente as três filiais frigoríficas abatem 1,3 mil bovinos diariamente, sendo que 400 cabeças são processadas na filial da Capital. No Brasil o Margen fechará outras 5 unidades.

As plantas de Naviraí, Batayporã e Paranaíba, em Mato Grosso do Sul, e da Cidade de Goiás e Goianira, em Goiás, também terão as atividades suspensas. O gerente administrativo do grupo Margen, Adalberto José da Silva, explica que a decisão de fechar a unidade foi motivada principalmente pelo embargo europeu à carne oriunda do Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, Estados onde o grupo atua. Apesar de as unidades mato-grossenses não serem habilitadas à exportação o Estado foi afetado.

O redirecionamento da produção para o mercado interno demonstra que o país não têm condições de absorver a quantidade de carne abatida. Por isso, mesmo produzindo apenas para o mercado brasileiro Mato Grosso foi incluído nos cortes. A política cambial praticada pelo governo federal também prejudicou as exportações, conforme explica Silva. Como o preço do produto é cotado em dólar, a desvalorização da moeda americana significa menos ganhos em reais.

O presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo), Milton Belincanta, considera que o fechamento da unidade do Margen em Cuiabá é prejudicial para a economia do Estado. Ele destaca também o dano social provocado com a demissão dos funcionários e cita que problemas conjunturais que se arrastam há cerca de 5 anos criaram um ambiente favorável para o enxugamento do setor. O preço da arroba do boi caiu aproximadamente 11% desde 2000. Naquele ano a arroba era comercializada a cerca de R$ 54 e hoje é vendida a R$ 48.

Paralelo a isso o custo de produção aumentou. Belincanta cita como exemplo o sal, cuja valorização no período foi de aproximadamente 100%. O aumento de 3% para 7% no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em vigor desde o dia 1º de janeiro, o cambio desfavorável, a queda do preço das carne brasileiras no mercado externo e os embargos em função da febre aftosa formam o panorama vivido pelo setor. "Não podemos tratar as coisas de forma isolada, os problemas são estruturais".




Fonte: A Gazeta

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