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Politica Brasil
Terça - 03 de Janeiro de 2006 às 20:22

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O relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR) levantou hoje a suspeita da existência de uma troca de favores entre os partidos para evitar as punições de parlamentares acusados de corrupção, pelo Conselho de Ética e pelas CPIs. "Espero que não seja verdadeira aquela engenharia de 'eu ajudo seu partido, você ajuda o meu partido e nós vamos abafar o que está acontecendo", disse Serraglio, para quem "resta ainda uma esperança" de punição , referindo-se às eleições gerais de outubro.

Serraglio rebateu nesta terça-feira a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que apenas no final de todas as investigações será possível dizer se o suposto esquema do mensalão existiu realmente ou não. "A população está acompanhando e formando uma opinião pessoal e direta. Não adianta alguém ficar falando se tem prova ou se não tem", disse Serraglio a jornalistas.

O deputado apresentou no mês passado relatório parcial dizendo estar confirmado o envolvimento de empresas públicas no chamado mensalão e que a versão dos empréstimos efetuados pelo empresário Marcos Valério de Souza, junto aos bancos Rural e BMG para repassar dinheiro ao PT, não o convence.

Em entrevista divulgada no domingo, Lula disse que apenas ao final das investigações --que envolvem, além da CPI, a Polícia Federal e o Ministério Público-- é que se poderá dizer "é verdade ou não era verdade" o chamado mensalão.

Serraglio usou o exemplo do ex-presidente Fernando Collor de Mello, cassado por acusações de corrupção mas absolvido na Justiça, para mostrar que os julgamentos são diferentes.

"Dizer que o Collor foi absolvido pela Justiça não adianta nada para a população, porque há uma grande diferença entre julgamento político, julgamento judiciário e julgamento da sociedade", disse o deputado.

Durante sessão da CPI nesta terça-feira, Serraglio aproveitou para refutar possíveis entendimentos em torno de um "acordão" para salvar deputados.

"Eu sei que conselho se fosse bom ninguém dava, então eu dou um alerta ao PT: para que não apóie essa engenharia do 'eu apóio o seu partido, você apóia o meu e nós acobertamos tudo', porque ai do partido que acreditar nisso", disse.

"Quem não for depurado agora, vai ser depurado em outubro", concluiu, referindo-se às eleições que renovarão todas as vagas da Câmara dos Deputados e um terço das cadeiras do Senado.





Fonte: 24 Horas News

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