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Politica Brasil
Quinta - 29 de Dezembro de 2005 às 15:04

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encomendou ao PT a elaboração, com PSB e PCdoB, de um programa mínimo com metas sociais, administrativas e econômicas para um segundo mandato. Lula adiará ao máximo o anúncio de sua candidatura e continuará tentando o apoio do PMDB para as eleições ou, se vencer, no Congresso, com base neste programa, disse nessa quinta-feira um ministro da coordenação de governo.

Lula traçou seu plano de vôo para 2006 na reunião ministerial do dia 19 e no jantar com a Executiva do PT, dia 21. Ele quer estabelecer objetivos "razoáveis" para as áreas de educação, saúde, saneamento, emprego e renda, ao invés de um programa genérico de mudanças. "Já temos experiência para saber o que um governo pode de fato fazer", disse Lula nas duas ocasiões, segundo a fonte.

Lula orientou a equipe econômica para garantir o crescimento do Produto Interno Bruto, sem direito a novos "erros de administração", como o que resultou na queda de 1,2 por cento do PIB no terceiro trimestre. Concluiu que, depois da crise política, é crucial para o governo afirmar-se pelo desempenho administrativo, econômico e social, segundo o relato.

"Temos de falar agora do que o governo fez, está fazendo e ainda poderá fazer", disse Lula na reunião com o PT. "Falar em candidatura agora só interessa à oposição, que ainda nem escolheu candidato mas quer que eu me declare antes do tempo." As convenções partidárias ocorrerão entre 10 e 30 de junho.

Campanha

Neste final de semana, o governo lança uma nova campanha de publicidade nas redes estaduais de TV. Mostrará obras e programas específicos do governo federal em cada região. Lula cobrou da equipe e do PT uma defesa do governo, com argumentos políticos, dados comparativos e unidade no discurso. "Quero todos os ministros circulando o País, no ano que vem, defendendo o conjunto do governo, não apenas o seu setor", disse Lula na reunião ministerial. "Temos de disputar politicamente o debate sobre as realizações do governo."

Os principais pontos do balanço político e do plano de vôo para 2006 apresentados por Lula são os seguintes: - Reeleição: Lula reivindicou o direito de avaliar pessoalmente se deve ser candidato. Embora tenha perdido o favoritismo nas pesquisas, acha que pode se reeleger. Teme que uma recusa seja interpretada como confissão de fracasso administrativo ou admissão de culpa diante das denúncias de corrupção. - Anúncio: os partidos e as forças sociais que apóiam Lula podem e devem se preparar para a campanha, mas Lula quer evitar que as ações do governo sejam tachadas de eleitoreiras nos próximos meses. "O presidente da República não é um candidato igual aos outros", disse Lula ao PT, segundo o relato do ministro. "O adversário é que tem de sair e nos desafiar." - Alianças: Lula disse ao PT que a verticalização das coligações, defendida pelo partido, prejudica sua política de alianças. "A mim, ela não favorece", afirmou. O presidente deseja que o PMDB adie as prévias marcadas para março e esteja livre para decidir apoiá-lo se, por volta de abril e maio, as pesquisas indicarem que a reeleição é possível. - Denúncias: A não ser que um fato novo e grave o surpreenda nos próximos meses, Lula considera que o ciclo das denúncias contra o governo e o PT se esgotou e produziu todos os prejuízos políticos possíveis. O Planalto viu nas últimas pesquisas sinais de recuperação junto à classe média e a chegada tardia dos impactos negativos da crise aos redutos lulistas (Nordeste e mais pobres). - Economia: Lula determinou à equipe econômica que faça os ajustes necessários para retomar e manter a trajetória de crescimento. A redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) semana passada, de 9,75% para 9% ao ano, foi a primeira conseqüência. Ele disse aos ministros que se decepcionou com o PIB no terceiro trimestre e com a desaceleração na geração de empregos em novembro (13 mil novos postos contra uma média mensal de 104 mil). Deixou claro que não mudará a política, mas não admitirá novos erros. - Metas sociais: Lula disse ao PT que 20 anos de oposição deixaram o partido com o "cacoete dos 100%". "A gente achava que se não fizesse a reforma agrária de uma vez ou não dobrasse o valor nominal do salário mínimo não teria feito um bom governo", comparou. Ele acha que a falta de compreensão das dificuldades e de conhecimento das realizações provocaram frustrações e críticas entre seus próprios aliados. Por isso, quer fixar metas de acesso a serviços de saúde, educação, transportes etc, que possam ser comparadas com períodos anteriores.





Fonte: reuters

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