Dobram os casos de dengue no interior de Mato Grosso

As notificações de casos de dengue no interior de Mato Grosso dobraram em 2005. Na capital, porém, houve uma redução recorde. A preocupação é de que com o período das chuvas a proliferação do mosquito transmissor da doença pode ser mais rápida.

Dois anos atrás foram confirmados 3.300 casos da doença na capital. Em 2005, apenas oito. O diretor de Vigilância à Saúde e Ambiente de Cuiabá, Gerson Blatt, explica os motivos da redução de registros da doença na capital. "Em vez de fazer seis visitas, como o Ministério preconiza, nós fazemos sete visitas ao ano e tivemos tempo para fazer uma vistoria mais detalhada em locais que tivessem mais probabilidade de risco", argumenta. O Ministério da Saúde estabelece como meta seis visitas dos agentes de saúde às residências por ano. Em 2005, foram 122 mil visitas por mês. O que resultou em 1,5 milhão de visitas no ano realizadas por 252 agentes de saúde.



A redução recorde de casos da dengue na capital é uma exceção. Em 2004 no interior do Estado foram notificados 4.352 casos da doença e este ano já foram 9.702. São três as cidades que mais preocupam. Em Tabaporã, no norte de Mato Grosso, foram registrados 617 casos da doença. Em Paranatinga foram 246 notificações e, em Rosário Oeste, 125 casos. Os municípios em estado crítico têm recebido mais atenção da Secretaria de Estado de Saúde.

"Melhorar a educação em saúde, a informação à população, fazer a capacitação de médicos e enfermeiros no atendimento a pacientes com dengue, além do controle vetorial, com a nebulização ou a medida que for cabível", explica Silbene Lotufo, da Vigilância Epidemiológica Estadual.

Para autoridades, a culpa pelo aumento dos casos de dengue é das prefeituras. "Acho que deixaram de ficar vigilantes por todo o ano. Esse trabalho deve ser continuado por todos os meses", completou Silbene.

O descuido dos municípios traz um agravante. Segundo a Secretaria de Estado de Educação, esse ano a doença se manifestou com casos mais agressivos. Um exemplo está na dengue hemorrágica, que não teve nenhuma vítima no ano passado. Porém, esse ano das 18 pessoas infectadas, quatro morreram.