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Meio Ambiente
Segunda - 26 de Dezembro de 2005 às 07:45

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Durante oito dias, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) fará, pela primeira vez, um experimento sobre germinação de sementes de uma árvore tropical no espaço, de nome científico Astronium graveolens (o popular é Gonçalo-Alves). A pesquisa será feita em março de 2006, pelo tenente-coronel aviador Marcos César Pontes, que também será responsável pela realização de oito experiências científicas, de diversos centros de pesquisas brasileiros.

De acordo com a pesquisadora Antonieta Salomão, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, essa espécie de arbusto foi escolhida, em primeiro lugar, porque nunca havia sido realizada uma experiência desse tipo na Estação Espacial Internacional (ISS).

"O vôo terá duração de oito dias e como essa espécie germina muito rápido, ela nos permitirá obter resultados de pesquisas que estamos esperando alcançar. Ela já é uma espécie trabalhada por nós e fica mais fácil comparar resultados obtidos em condições de microgravidade (condições mínimas de gravidade), lá na estação espacial, com os resultados obtidos em condições de terra, em condições naturais de gravidade", explica Salomão.

Além desta pesquisa, serão realizados estudos nas áreas de engenharia, física, microeletrônica, nanotecnologia e biotecnologia. Também serão feitas experiências na área de bioquímica, transferência de calor, cinética de enzimas, cristalização de proteínas e de semicondutores e difusão térmica.

Esta será a primeira vez que o Brasil enviará um astronauta ao espaço. A viagem será feita a bordo da espaçonave russa Soyuz. A experiência será chamada de Missão Centenário, em referência ao ano em que se comemora o centenário do primeiro vôo de Santos Dumont com o 14 Bis.

A pesquisadora diz que, por meio desse experimento, será possível "obter algumas informações que poderão a ajudar a melhor compreender os processos fisiológicos da germinação de sementes, dos estágios iniciais de crescimento da planta e o que nós podemos aprimorar com isso".

Segundo Salomão, o objetivo é ter uma perspectiva de como poderão ser as pesquisas no futuro. "De repente, pode ser que um dia, nessas missões espaciais, os astronautas precisem cultivar espécies para que eles tenham disponibilidade de oxigênio; para que eles tenham alimento quando a expedição for muito longa. Esse é um dos fatores que nos levam a conduzir um experimento desse tipo em condição de microgravidade", explica.




Fonte: Agência Brasil

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