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Politica Brasil
Sábado - 24 de Dezembro de 2005 às 15:15
Por: MARIANNA PERES

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Prospectar a continuidade do ciclo econômico virtuoso para Mato Grosso em 2006 parece otimismo exacerbado, diante do aumento da taxa de desemprego, queda de renda e redução na arrecadação de impostos, fatores que marcaram 2005. Mas, Mato Grosso, o estado que não pára, leva para o novo ano indicadores macroeconômicos que revelam um cenário de expansão. O crescimento das grandes economias mundiais, o incremento do salário mínimo e a redução gradual da taxa Selic são alguns dos responsáveis pela visão otimista dos economistas estaduais. Os problemas, portanto, são conjunturais e não estruturais.

Esse é o resumo técnico dos últimos acontecimentos na economia mato-grossense em 2005. Analistas apontam que a crise no agronegócio foi motivada por fatores exógenos, ou seja, conjunturas de mercado e não de quebra de safra (por clima ou pragas).

A crise na madeira veio com a Operação Curupira, em junho, que desbaratou uma quadrilha que falsificava as Autorizações para Transporte de Produto Florestal (ATPFs), e a recente crise na carne, após a descoberta de um foco de aftosa, que não ocorreu em território mato-grossense. Posto isso e com uma análise técnica dos indicadores econômicos nacionais e de Mato Grosso, as perspectivas sombrias dão lugar a um cenário positivo para o novo ano.

O consultor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex-secretário de finanças de Cuiabá, Vivaldo Lopes, endossa a corrente que vê boas perspetivas para o Estado em 2006. “Mato Grosso está entrando na fase da industrialização, ou seja, cria novas perspectivas de negócios e consegue fomentar a base agrícola, pois a característica local é de agroindústrias”, observa.

O assessor econômico da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), Carlos Vitor Timo, confirma as projeções de Lopes e afirma que “2006 não pode ser pior que 2005, que foi o fundo do poço para nossas bases econômicas (soja, algodão, carnes e madeiras), mas tudo foi conjuntural”. Lopes conta que a insegurança é letal para a economia, porque freia, adia ou interrompe investimentos.

“E olhando os dados divulgados pelo governo estadual, existem milhões em investimentos. Neste ano de crise, Sadia, Perdigão, Gafisa e Rexan, por exemplo, ratificaram a vinda para o Estado, e isso foi fundamental para que o fator psicológico não fosse determinante. O governo do Estado tem de fato uma postura mais conservadora, um tanto pessimista em relação a 2006, assim como os produtores rurais, que estiveram no olho do furacão e viram a crise e seus efeitos de perto”, explica.

Lopes insiste que, salvo algum imprevisto à economia nacional ou mundial, 2006 será um ano bom. “Considerando a estabilidade política do Brasil, a boa gestão do governador Maggi com relação à política de atração de empresas, o empenho em buscar solução para entraves logísticos, a oferta de matriz energética, são fatores favoráveis ao Estado”.

Atuando como consultor independente para FGV, Lopes está certo da continuidade do ciclo virtuoso. “Na condição de consultor, tenho feito várias análises de estudos de viabilidade econômica para grandes empresas e inclusive, de Pequenas Centrais Hidroelétricas (PCHs).

Ele ressalta que o baque do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,2% no terceiro trimestre assustou, mas que o crescimento do indicador nos oito trimestres anteriores não pode ser desconsiderado.

TIGRE PANTANEIRO – Lopes revela que não há indicativo melhor do que o crescimento do PIB estadual nos últimos anos. “Sempre estivemos muito além da média nacional, com taxas três vezes acima, um desenvolvimento comparado ao dos Tigres Asiáticos”, ressalta. De acordo com dados elaborados pela Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan), em 2002, o PIB estadual cresceu 9,5%, enquanto o nacional ficou em 0,54%. O valor estimado para 2004, pelo IBGE, é de 7,5% no Estado e 4,9% para o Brasil.

Para 2005, o PIB brasileiro deverá fechar em 3%, ao invés dos 4,5% projetados pela União. Já o Estado ficará com 7%, abaixo da estimativa para 2004, “mas, muito acima da média nacional”, aponta. Em dez anos, o PIB estadual cresceu mais 525% e passou a representar 1,50% da riqueza nacional, contra 0,69% em 1994.





Fonte: Diario de Cuiabá

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