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Meio Ambiente
Terça - 20 de Dezembro de 2005 às 07:11

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Uma equipe de cientistas alemães, americanos e britânicos conseguiu seqüenciar parte do código genético do mamute lanudo, um animal extinto há milhares de anos. A pesquisa, divulgada neste domingo na versão online da revista Nature, decodificou as 5 mil letras do código genético da mitocôndria do animal, a estrutura celular de geração de energia.

O estudo permite uma visão mais profunda da árvore genealógica da família dos elefantes. Ele mostra que o mamute era mais próximo do elefante asiático do que do elefante africano.

A árvore genealógica dos elefantes se divide a partir de um ancestral comum há cerca de 6 milhões de anos, com os elefantes asiáticos e os mamutes se dividindo cerca de meio milhão de anos depois.

“Finalmente resolvemos a filogenia do mamute, que tem sido objeto de controvérsia nos últimos dez anos”, disse à BBC o principal autor da pesquisa, Michael Hofreiter, do Instituto Max Planck para Antropologia Evolucionária em Leipzig, na Alemanha.

Os mamutes viveram na África, na Europa, na Ásia e na América do Norte entre 1,6 milhão de anos e 10 mil anos atrás, durante a era geológica plistocênica.

Adaptado para os extremos

O mamute lanudo (Mammuthus primigenius), com sua cobertura de pêlos, estava adaptado para os extremos da era do gelo.

Os cientistas já haviam pesquisado antes o DNA de vários mamíferos extintos da era do gelo, preservados em camadas de terra congeladas, mas nunca com tantos detalhes.

“Este é o mais longo pedaço de DNA já seqüenciado de qualquer espécie do plistoceno”, disse Hofreiter.

A equipe de pesquisadores extraiu e analisou o DNA do mamute usando uma nova técnica que funciona mesmo com pequenas quantidades de osso fossilizado – neste caso, 200 miligramas.

Cerca de 46 fragmentos de DNA foram combinados e colocados em ordem, dando um registro completo do DNA mitocondrial do mamute.

Apesar de o principal da informação genética de um animal ser encontrado no núcleo da célula, o DNA mitocondrial é particularmente útil para estudar as relações evolucionárias entre as diferentes espécies.

O DNA mitocondrial é transmitido pela linha materna com poucas, mas regulares mudanças, dando aos cientistas uma visão sobre o passado da espécie em questão.

O seqüenciamento completo do DNA mitocondrial de um animal extinto havia sido feito antes apenas com a moa, pássaro desaparecido há 500 anos.




Fonte: BBC Brasil

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